Alepa: MP aponta que fraudes começaram em 2003
O Ministério Público do Estado (MPE) do Pará avança com a investigação que apura as fraudes em processos licitatórios na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). O promotor de justiça Nelson Medrado, que é responsável por apurar o esquema no âmbito civil, analisa os processos licitatórios de obras referentes a 2003 e 2004 na Casa.
Segundo a investigação, tudo indica que as irregularidades nas concorrências começaram em 2003 - quem presidia a Casa, à época, era o ex-deputado estadual e atual senador do PSDB do Pará, Mário Couto.
De acordo com Medrado, foi em 2003 que começam a aparecer nos certames as empresas de engenharia que figuram em processos fraudulentos em anos mais recentes. Uma delas é a Torres Construções, que pertence a Charles Joe, um dos empregados do engenheiro Sandro Rogério Matos.
Sandro foi membro da Comissão Especial de Licitações de Obras (Celo) e é considerado peça-chave no esquema de fraudes de licitações, visto que ele arregimentava empresários para que abrissem empresas 'laranjas' para o esquema. Segundo depoimentos de funcionários do Banco do Estado do Pará (Banpará), era ele, inclusive, quem ia ao banco sacar os valores referentes às licitações.
Esta não é, aliás, a única empresa ligada a Sandro que já aparece no ano de 2003. A firma M&S Serviços Ltda., que também foi aberta por um 'laranja' a pedido do engenheiro, concorreu nos processos licitatórios de 2003 e 2004. Além disso, é entre estes anos que começa a figurar nos certames a Construtora Tapari, que o MPE já apurou ser de um sobrinho de Sandro, Paulo Gilson Matos. Também é nesse período, segundo o promotor, que entram em cena as firmas ligadas à Croc Tapioca.
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