terça-feira, 7 de julho de 2015

DA CADEIA PARA A SALA DE AULA

Detento de Marabá-PA recebe autorização inédita para ingressar na universidade

Pela primeira vez, um detento do Pará conseguiu autorização da Justiça para frequentar as aulas após ser aprovado em um curso de ensino superior. Wendel Lima, interno no Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA), em Marabá, sudeste do Pará, será liberado uma vez por semana para assistir as aulas de Ensino à Distância do curso de Tecnólogo em Gestão Pública, para o qual foi aprovado com bolsa integral. O percurso será feito sem escolta. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (6) pela Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe).

Condenado a 13 anos em regime fechado, Wendel concluiu o Ensino Médio na prisão e fez o Exame Nacional de Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem/PLL). O resultado veio na segunda tentativa, quando Wendel foi aprovado na Universidade Norte do Paraná (Unopar).

Com uma pena alta e ainda cumprindo regime fechado, Wendel precisava da autorização da Justiça para frequentar as aulas. A Susipe, através de um defensor público, solicitou um pedido provisório para que o interno pudesse acompanhar as aulas. A decisão favorável da Justiça animou coordenadores e professores do CRAMA.
“Foi uma surpresa ele ter ganhado a autorização. Toda a história do Wendel é muito surpreendente. Ele chegou aqui muito agressivo e quando começou a estudar o comportamento mudou. Percebemos o grande potencial que ele tinha. Após concluir os estudos, passou a trabalhar de manhã e à tarde participava do cursinho pré-Enem, pedia livros emprestados da biblioteca e se dedicava muito”, lembra Zélia Borges, professora de Língua Portuguesa e Literatura do CRAMA.

O juiz titular da Vara de Execução Penal da comarca de Marabá, Geraldo Neves Leite, foi quem concedeu a autorização. Apesar de incomum, segundo o magistrado a decisão foi tomada baseada na Lei de Execução Penal (LEP) buscando a reinserção social. “No meu entender, depois de o Estado ter proporcionado educação ao preso, ter permitido que ele realizasse o Enem e de o interno ter estudado e se dedicado, eu não poderia negar a ele o direito à educação. Fiz uma audiência com ele e expliquei todas as responsabilidades que ele teria, só então a decisão foi tomada”, explica.

Leia matéria completa >>>Detento de Marabá recebe autorização inédita da Justiça para ingressar na universidade.

Com informações de Maraba Noticias

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