sábado, 16 de agosto de 2014

JULGAMENTO

Julgamento sobre morte de casal é anulado

O Tribunal de Justiça do Pará anulou o julgamento que absolveu o agricultor José Rodrigues Moreira da acusação de envolvimento na morte, em 2011, do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo. O acusado teve a prisão decretada pela Justiça.

O julgamento foi em abril do ano passado, em Marabá, no sudeste do Pará, e revoltou setores ligados à luta pela terra no Estado. Moreira foi apontado como mandante do crime, fruto de uma disputa fundiária com o casal, mas acabou absolvido.

A decisão que anulou o julgamento foi motivada por recurso movido por parentes das vítimas e pelo Ministério Público Estadual. No recurso, as famílias alegaram que a decisão dos jurados contrariou as provas do processo. Foram mantidas, porém, as sentenças que condenaram outros dois acusados pelo crime, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento, condenados a 42 anos e oito meses e a 45 anos de prisão, respectivamente.

Os advogados dos parentes das vítimas querem agora que o novo julgamento ocorra em Belém, e não mais em Marabá, para evitar que os jurados sofram possíveis pressões de setores ligados a fazendeiros. "Em uma cidade pequena como Marabá, ficam comprometidas as condições dos jurados para decidirem estes crimes", disse José Batista Afonso, assistente da acusação, representante da família do casal morto, e advogado da Comissão Pastoral da Terra em Marabá.

A defesa de José Rodrigues Moreira diz que a anulação do julgamento é "injusta". "Ainda não fomos intimados mas, tão logo, vamos imediatamente recorrer da decisão, que consideramos injusta", diz o advogado Wandergleisson Silva.


Segundo a denúncia, a motivação do crime foi uma disputa pela posse de área rural dentro do assentamento Praialta-Piranheira. Os nomes do casal, que denunciavam madeireiros clandestinos, estavam na lista de pessoas ameaçadas de morte elaborada pela Comissão Pastoral da Terra.

A região é conhecida pela tensão fundiária e pela impunidade, e o caso teve repercussão internacional. A defesa das famílias do casal espera que o novo julgamento ocorra em 2015 se a defesa do acusado recorrer da decisão de anulação do julgamento, o caso pode se arrastar ainda mais.

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Foto: Divulgação. Fonte: DOL, com informações da Folhapress. Postador: Manancial de Carajás

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