sábado, 13 de abril de 2013


PF abre inquérito para investigar ligação de Lula com mensalão

Ministério Público solicitou investigação após abrir seis apurações preliminares sobre denúncias de Marcos Valério

Moraes Filho da redação do Manancial de Carajás, com informações do jornal O Globo

A Polícia Federal abriu na quinta-feira inquérito criminal para apurar denúncia feitas pelo publicitário Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão por ser o operador do esquema do mensalão. Em depoimento à Procuradoria Geral da República, em setembro de 2012, Valério disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociou pessoalmente com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de recursos para o PT. O inquérito deriva de um dos seis procedimentos preliminares abertos pela Procuradoria para apurar as novas denúncias de Marcos Valério.

Segundo o publicitário, o ex-presidente e o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci combinaram com Horta a transferência de R$ 7 milhões de uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, para o PT. O dinheiro teria entrado pelas contas no exterior de publicitários que prestavam serviço ao partido. Na época, a empresa tinha interesse em obter negócios com o governo.

Com as novas denúncias, o publicitário buscava obter redução de pena no processo no STF, por delação premiada. No entanto, o Procurador-Geral, Roberto Gurgel, entendeu que o novo depoimento não interferia no processo do mensalão no STF e abriu novas investigações.

Após a divulgação do teor do depoimento, Lula classificou as declarações como mentirosas. Na mesma época, Palocci disse, por meio de sua assessoria, que os fatos relatados por Valério “jamais existiram”. Miguel Horta declarou, por meio de nota, que ele não teve “qualquer ligação” com o processo do mensalão.

Conforme informou a PF, o pedido de investigação foi feito pelo Ministério Público Federal, para onde a PGR enviou o caso, com base no depoimento de Valério dado em setembro. O caso ficará sob responsabilidade da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros. E a PF tem 30 dias prorrogáveis por mais 30 para finalizar a investigação.

Ontem, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo (PT), disse que a Polícia Federal tem autonomia para investigar o ex-presidente no caso do mensalão. Segundo Cardozo, a PF é “republicana” e não está submetida a “nenhum tipo de interferência, de qualquer natureza”.

— A PF está apta a investigar quaisquer dos crimes que estão na sua competência — afirmou, antes de participar de um debate sobre Segurança Pública na Assembleia Legislativa de São Paulo.


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