sábado, 21 de julho de 2012

MPF denuncia militar acusado de sequestro durante guerrilha

Major da reserva é acusado de sequestrar guerrilheiro do Araguaia.
Ação tramita na Justiça Federal de Marabá

Do G1 Pará

O Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA) apresentou denúncia contra o major da reserva Lício Augusto Maciel. Ele é acusado de crimes contra a humanidade praticados durante a Guerrilha de Araguaia, que aconteceu durante a década de 70 no Pará. De acordo com o MPF, Maciel teria sequestrado Divino Ferreira de Sousa, conhecido como Nunes, que foi capturado e detido pelo exército ilegalmente durante as ações de repressão à guerrilha em 1973.

Segundo a procuradoria, Divino foi emboscado por uma equipe comandada pelo major em outubro de 73, durante a "Operação Marajoara". Houve troca de tiros e três guerrilheiros foram executados. Divino, que sobreviveu ao confronto, foi levado para a base militar Casa Azul, em Marabá, sufoeste do  estado, onte ele teria sido torturado e posteriormente desaparecido.

De acordo com o MPF, o acusado teria reconhecido os crimes em depoimento prestado na Justiça Federal do Rio de Janeiro em 2010. A denúncia contra Lício é assinada pelos procuradores da República Tiago Modesto Rabelo, André Casagrande Raupp, Melina Alves Tostes e Luana Vargas Macedo, de Marabá, Ubiratan Cazetta e Felício Pontes Jr., de Belém, Ivan Cláudio Marx, de Uruguaiana, Andrey Borges de Mendonça, de Santos e Sergio Gardenghi Suiama e Marlon Alberto Weichert, de São Paulo.

Crimes permanentes
O Major Lício é o segundo militar denunciado pelo MPF por conta de violações dos direitos humanos. Anteriormente, a procuradoria já havia movido ação penal contra Sebastião Curió, mas a denúncia não foi aceita na Justiça Federal de Marabá. 


O MP recorreu, alegando que os crimes cometidos durante o período da ditadura militar no Brasil não prescreveram nem foram anistiados, por serem crimes permanentes já que o paradeiro das vítimas ainda não foi localizado.

Entenda o casoA Guerrilha do Araguaia foi um movimento existente ao longo do rio Araguaia, entre as décadas de 60 e 70. Criado pelo Partido Comunista do Brasil (PC doB), tinha como objetivo realizar uma revolução socialista, que seria iniciada no campo, usando como exemplo as revoluções ocorridas em Cuba e na China.

O governo da ditadura brasileira combateu os guerrilheiros a partir de 1972, quando vários dos integrantes já haviam se estabelecido na região há pelo menos seis anos. O confronto aconteceu na divisa dos estados de Goiás, Pará e Maranhão, próximo às cidades de São Geraldo do Araguaia e Marabá, no Pará, e Xambioá, em Tocantins. 

Atualmente, o Governo Federal estima que o movimento era composto por cerca de oitenta guerrilheiros, sendo que destes, menos de vinte sobreviveram.

Postador:  Manancial de Carajás

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