sábado, 17 de março de 2012

Círio de Nossa Senhora da Conceição é Patrimônio Cultural do Pará

Padroeira dos santarenos é patrimônio cultural imaterial do Pará

Círio da Conceição

A Assembléia Legislativa do Pará aprovou esta semana, o projeto de autoria do deputado Júnior Ferrari (PSD), que declara o Círio de Nossa Senhora da Conceição, em Santarém, como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Pará.

Histórico: Embora a primeira Festa da Conceição tenha acontecido em 1661, quando o Padre João Felipe Bettendorf fundou a missão que deu origem à cidade de Santarém. A festa iniciava sempre no dia 28 de novembro com uma novena que se estendia até o dia 06 de dezembro. No dia 07 se celebrava as “vésperas” e no dia 08, a grande Festa.

Nos primeiros anos da República, havia uma procissão conhecida como Círio da Bandeira, que percorria algumas ruas da cidade com um estandarte da efígie da Santa Padroeira. Da procissão participavam congregações, irmandades religiosas, banda de música e o povo de um modo geral.
O Círio da Conceição nos moldes do Círio de Nazaré (Belém-PA), iniciou em 1919, segundo relatos dos historiadores Paulo Rodrigues dos Santos e Wilson Dias da Fonseca. A iniciativa teria sido do então Intendente Municipal Dr. Manoel Waldomiro Rodrigues dos Santos, com aval do bispo Dom Amando Bahlmann e do vigário Frei Ignácio Buentgen.

O Círio foi acompanhado pela banda de música infanto-juvenil “Sinfonia Franciscana”, fundada por Frei Ambrósio Philisenburg, sob a regência do professor Luiz Bonifácio da Silva Barbosa.
A abertura da festa aconteceu em um domingo, 28 de novembro de 1919, desta vez com a imagem da Santa Padroeira e não mais com a efígie.  A princípio não havia a celebração da santa missa na chegada da procissão. Ocorria uma missa logo cedo, antes da saída da procissão e outra missa solene, no encerramento das festividades. O Círio que saia da Igreja de São Sebastião percorria algumas ruas do Centro até a Catedral, onde encerrava com orações,  ladainhas, cânticos e benção do bispo.
Na década de 30, começou a ser celebrada uma missa dentro da Catedral após a chegada do Círio. Nos dias atuais, é celebrada a missa dos cordeiros antes da saída da procissão, mas o Círio está inserido dentro da missa como “Ato Penitencial”. Na chegada da imagem ao elevado da Praça da Matriz, a celebração prossegue com o Hino de Louvor até a benção final ao povo.

O Círio em dias alternados: Nem sempre o Círio de N. Sra. da Conceição era realizado aos domingos. A data era 28 de novembro, não importando se caia num domingo ou dia da semana, já que a data era declarada feriado municipal. Entretanto, em 1941 quando inaugurou em Santarém a primeira agência do Banco do Brasil, o então gerente Sr. Walter Guimarães Pereira da Silva, escreveu um artigo com o título “O Círio da Quinta”, para um jornal local, no qual questionava a realização do Círio em dia da semana e defendia que o comércio e o banco não deveriam fechar as portas por causa da procissão. Não demorou, para que a igreja e os comerciantes entrassem em acordo para que o Círio fosse realizado nos anos seguintes no último domingo de novembro, mantendo o encerramento da festa para o dia 08 de dezembro, haja vista tratar-se de um dia santo de guarda.

A Corda: A corda dos promesseiros não existia nos primeiros anos do Círio. A idéia de instituir a corda, a exemplo do que já acontecia no Círio de Nazaré, foi do Sr. Edenmar da Costa Machado, em 1971. A tradição foi mantida e persiste nos dias atuais. A cada ano, aumenta o número de homens e mulheres que se sacrificam na corda que protege a berlinda com a imagem de N. Sra. da Conceição, para agradecer por graças alcançadas. 

Na chegada ao elevado da Praça da Matriz, os cordeiros são muito aplaudidos pelo povo que aguarda para a celebração da Santa Missa. Nos semblantes exauridos, é perceptível a emoção por conseguir concluir a peregrinação. A corda é cortada em pequenos pedaços que cada um dos promesseiros leva para casa como lembrança do Círio.

Foto e Fonte:  RG 15/O Impacto e Ércio Bemerguy, com informações de Silvia Vieira  Postador:  manancial de carajás

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