sábado, 27 de agosto de 2011

27 de agosto de 2011

Moradores dizem ter 'esperança' em Belo Monte

Por exigência do Ibama, obra da usina terá de remover 4 mil famílias. Usina hidrelétrica no Pará será a segunda maior do país, depois de Itaipu.

Moradores dizem ter 'esperança' em Belo Monte
Cerca de 4 mil famílias moram palafitas 


Altamira - Do rendimento de R$ 400 que Deusolene Santos da Silva ganha mensalmente "batendo açaí" (extraindo a polpa da fruta), R$ 120 vão para o aluguel de uma casa em área de palafita na cidade de Altamira e o restante vai para alimentar os três filhos, com idades entre 9 e 16 anos.

Aos 33 anos, ela diz que não tem Bolsa Família porque "é muita humilhação ficar pedindo" e diz ter opinião formada sobre a usina hidrelétrica de Belo Monte, que será construída na região.

"A gente tem esperança de que essa obra vai ajudar. Eles falam na televisão que a gente que vai perder a casa por causa da obra tem direitos. Mas a gente é deixada de lado. Já começaram a obra e ninguém vem aqui dizer o que vai ser da gente", diz Deusolene, que mora em uma região da qual ao menos 4 mil famílias serão removidas, segundo os estudos de impacto ambiental.

O G1 esteve em Altamira, cidade-sede da obra da usina, nos dias 26, 27 e 28 de julho e publica até domingo (28) uma série de reportagens sobre a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O G1 acompanhou equipe do Jornal Nacional na cidade. Veja no vídeo ao lado a última reportagem do JN sobre a usina, exibida na noite desta sexta (26).


A obra de Belo Monte é a maior em andamento no Brasil. A usina será a segunda do país em capacidade de geração de energia, atrás apenas da binacional Itaipu. O governo diz que Belo Monte é essencial para suprir a demanda energética do país em razão do crescimento econômico.


Obra

A hidrelétrica ocupará parte da área de cinco municípios: Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu. Altamira é a mais desenvolvida dessas cidades e tem a maior população, quase 100 mil habitantes, segundo o IBGE. Os demais municípios têm entre 10 mil e 20 mil habitantes.

Belo Monte custará pelo menos R$ 25 bilhões, segundo a Norte Energia. Há estimativas de que o custo chegue a R$ 30 bilhões. Trata-se de uma das maiores obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das principais bandeiras do governo federal.

Apesar de ter capacidade para gerar 11,2 mil MW de energia, Belo Monte não deve operar com essa potência. Segundo o governo, a potência máxima só pode ser obtida em tempo de cheia. Na seca, a geração pode ficar abaixo de mil MW. A energia média assegurada é de 4,5 mil MW. Para críticos da obra, o custo-benefício não compensa. O governo contesta e afirma que a energia a ser gerada é fundamental para o país.

"O nosso país é um país que está crescendo. (...) E necessita aproximadamente de 7 mil MW por ano nos próximos dez anos para permitir esse crescimento econômico e o desenvolvimento do nosso país", disse Altino Ventura, diretor de Planejamento Energético do Ministério do Meio Ambiente.

Fonte: G1

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