O coordenador da Sala de Situação e Monitoramento da
Semas, Antonio Sousa, explica que os raios são mais recorrentes na região nesta
época do ano
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Com
a chegada das chuvas na região amazônica, os órgãos responsáveis pelo
monitoramento do clima alertam que, além de problemas como as cheias dos rios,
outro fator de risco é a incidência de raios, que nesta época se tornam mais
recorrentes na região metropolitana e municípios do sudeste e nordeste
paraense. Segundo estudos desenvolvidos pela Sala de Situação e Monitoramento,
instalada na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas),
os raios são mais frequentes na transição entre o período seco e o chamado
inverno amazônico.
“Grande
parte do Pará está localizada na faixa equatorial, então é uma região bem
propícia a raios, devido à grande umidade disponível e até mesmo pela questão
da floresta amazônica e os ventos que vêm do oceano. Os raios ocorrem mais na
transição do período mais seco para o chuvoso. A movimentação de ambas as
massas, seca e úmida, que entram em atrito com as formações de nuvens, são a
origem do fenômeno”, explica o coordenador de Recursos Hídricos e coordenador
da Sala de Situação e Monitoramento da Semas, Antonio Sousa.
O major bombeiro Afonso Souza recomenda à população que
evite durante chuvas fortes lugares abertos, como praias, onde os raios
costumam cair
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Segundo
ele, a região tem condições favoráveis para o desenvolvimento de nuvens
Cumulonimbus, consideradas nuvens super células. Dentro delas ocorre o
desenvolvimento das descargas atmosféricas. “Estamos na fase de transição,
então, nos próximos meses será comum observamos os raios, porém é importante
informar que este fenômeno é normal na região”, detalha Antônio.
A
Sala de Monitoramento é responsável pela verificação do clima e do tempo, ou
seja, as previsões meteorológicas de longos e curtos períodos de 13 municípios
paraenses considerados como áreas potenciais de cheias, alagamentos e
incidência de raios. O setor é investimento do governo federal, em parceria com
o governo do Estado, e faz parte de uma rede nacional de monitoramento para
alertar e prevenir desastres naturais.
Recomendações
– Quem estiver fora de casa no momento de uma tempestade neste período deve
ficar atento. “As pessoas acreditam que o raio só vem com a chuva, mas a chuva
pode estar a 30 ou 20 quilômetros de distância e já podem ocorrer raios naquele
local. Temos muita incidência de raios na região de Paragominas, Tailândia e
Goianésia do Pará, onde existem muitas áreas abertas, e também na região
metropolitana, devido à quantidade de prédios”, explica o major Afonso Souza,
do Corpo de Bombeiros.
No
caso de uma tempestade, orienta ele, as pessoas devem evitar ficar em praias,
piscinas, rios, descampados e áreas abertas. Ao se formar, o raio procura o
ponto mais alto da superfície para descarregar, que pode ser uma árvore, um
guarda-sol ou mesmo uma pessoa na beira da praia, nadando ou andando em algum
terreno – isso pode ser suficiente para que ela seja atingida. Um exemplo foi o
incidente que ocorreu em Irituia, quando um raio atingiu uma árvore e matou
quatro pessoas que estavam próximas.
Os
riscos da descarga elétrica não se limitam apenas à área atingida. Segundo o
bombeiro, ao atingir um ponto o raio também dissipa um campo elétrico, que pode
alcançar quem estiver próximo. “Quando um raio atinge uma das torres de
iluminação de um campo de futebol, os jogadores podem sentir o impacto da mesma
forma como aconteceu em Irituia. Entre os principais efeitos, que causam a
morte das vítimas, está a parada cardíaca”, diz o major.
Mitos
– “O preferencial é que a pessoa fique em casa durante uma tempestade com
raios. Se não puder ficar em casa, então procure um lugar fechado, até mesmo um
carro, pois os veículos têm uma espécie de blindagem capaz de suportar a
descarga elétrica sem causar nem um dano físico à pessoa. O essencial é evitar
os locais mais altos, áreas com partes metálicas, como escadas e grades”,
complementa, afirmando que, diferente do dito popular, um raio pode cair duas
vezes no mesmo lugar. “Se ele não foi destruído no primeiro choque, como é caso
de algumas árvores, a probabilidade deste ponto ser atingido novamente é alta”,
explica.
Além
disso, o militar diz que um sapato de borracha não é proteção suficiente para a
descarga de um raio, “pois é uma tensão tão intensa que não há barreira para
evitar o choque”. A descarga também pode vir na água do chuveiro, devido aos
encanamentos metálicos e o alto teor de ferro na água. Por isso é bom evitar
banhos durante tempestades. Os para-raios nos edifícios são capazes de dissipar
as descargas, mas eles podem atingir a rede elétrica, queimar aparelhos,
interfones e elevadores. Então é aconselhável retirar o que for possível das
tomadas. Deve-se também evitar o uso de telefones fixos conectados por fios,
pois eles também são condutores de eletricidade.
Diego
Andrade
Secretaria
de Estado de Comunicação
Foto e Fonte: Agência Pará. Postador: Manancial de Carajás
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