Policiais civis cruzam
os braços a partir de hoje
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(Foto: Bruno Carachesti/Diário do Pará) |
A greve na Polícia Civil, decidida em
assembleia geral na semana passada, começou no primeiro minuto da madrugada de
hoje e não tem prazo para acabar. “O governo se manteve intransigente em
atender nossas reivindicações e ignorou os dez ofícios que foram mandados para ele
desde abril. Por isso, não tivemos outra alternativa a não ser parar tudo,
mantendo apenas os 30% previstos em lei de atendimento ao público para os casos
de urgência e procedimento de flagrantes”, explicou ao DIÁRIO o presidente do
Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Pará (Sindpol), Rubens Teixeira.
Além de toda a região metropolitana de
Belém, o sindicato garante que a paralisação atinge as principais cidades de
todas as regiões do estado, como Santarém, Marabá, Altamira, Itaituba,
Parauapebas, Redenção, Abaetetuba, Bragança, Castanhal e mais de 50 municípios.
Os policiais exigem o cumprimento da carga de 44 horas semanais, melhores
condições de trabalho, pagamento antecipado das diárias, isonomia entre nível
médio e superior, gratificação de escolaridade (nível superior), progressões
funcionais e incorporação do abono salarial.
“Nós continuamos abertos ao diálogo”,
disse Teixeira. Prova disso é que, segundo ele, na manhã de ontem, 25
representantes do Sindpol e o deputado estadual psolista Edmilson Rodrigues
foram até o Ministério Público Estadual (MPE) pedir ao procurador-geral de
Justiça, Marco Antônio das Neves, a mediação do órgão nas negociações entre os
policiais e o governo.
Durante a audiência com Neves, os
diretores do sindicato entregaram cópias dos documentos com a pauta de
reivindicações e ofícios encaminhados no decorrer do ano à Secretaria Estadual
de Administração (Sead) solicitando abertura de negociação, bem como cópia do
ofício endereçado ao Tribunal de Justiça sobre a deflagração da greve a partir
desta terça-feira.
Neves manifestou aos diretores do
Sindpol a preocupação dele com a segurança pública da sociedade e com as
consequências da deflagração da greve. “É preciso resguardar os direitos de
todos, por isso o Ministério Público do Estado vai acompanhar esse processo e
fazer a mediação”, anunciou o chefe do MPE.
A promotora de Justiça Maria da Penha
Araújo, que acompanhou a reunião, destacou que dentro da extensa pauta
apresentada o Ministério Público fará uma análise de quais questões poderá
atuar. O deputado Edmilson Rodrigues falou de vários itens da pauta de
reivindicações e a importância do Ministério Público dialogar com a classe e
governo. “O papel do MP na greve dos trabalhadores da educação foi importante”,
destacou. “O Ministério Público atuará na busca de uma solução que evite
prejuízos à sociedade”, completou Neves.
Indagado por que a greve, decidida no
dia 19, só começou ontem, o diretor do Sindpol, José Pimentel, explicou que a
entidade precisava cumprir algumas normas estabelecidas em lei, como a
comunicação ao Judiciário sobre o posicionamento tomado, avisar à população em
geral, além de mobilizar toda a categoria em outros municípios.
Foto e Fonte: (Diário do Pará).
Postador: Manancial de Carajas