Lula pede que trabalhadores tenham paciência com Dilma
"Mesmo que a presidente tome decisões que desagradem à categoria trabalhadora".
"Mesmo que a presidente tome decisões que desagradem à categoria trabalhadora".
Lula
ataca terceirização e pede para os trabalhadores terem paciência com Dilma
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O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu aos trabalhadores presentes
no evento de 1º de Maio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para que
tenham paciência com a presidente Dilma Rousseff, como temos de ter com a mãe
da gente, porque ela vai fazer o País voltar a crescer. É preciso, segundo ele,
dar as mãos a ela num momento de dificuldades, mesmo que a presidente tome
decisões que desagradem à categoria trabalhadora.
"Quero
pedir a vocês que muitas vezes ficam nervosos com a Dilma, irritados, que temos
de ter paciência, como temos de ter com a mãe da gente. Ela foi eleita para
governar quatro anos. Temos de ver o resultado final desse governo. Não tenho
dúvida que daqui a quatro anos estaremos comemorando o êxito do seu
mandato", afirmou Lula, em evento, no Vale do Anhangabaú, no início da
tarde desta sexta-feira (1).
Lula
disse que vai conversar com o povo brasileiro, trabalhadores, desempregados,
camponeses e empresários e desafiar os que não se conformam com o resultado das
urnas e que pregam a queda de Dilma desde que a presidente foi reeleita.
"O povo tem de saber, principalmente os adversários, que mexeu com a Dilma
mexeu com muita gente desse País, com milhões de brasileiros e a classe
trabalhadora", destacou o ex-presidente.
Sobre
a elite brasileira, Lula afirmou não entender o medo de que ele reassuma o
governo brasileiro. Disse que não tem intenção de ser candidato a nada, que é
um cidadão quase aposentado, que está quieto e evitando muitas coisas pelo fato
de ser um ex-presidente. Contudo, destacou: "Não me chame para briga
porque eu volto. Eu não tenho intenção de ser candidato a nada, mas eu tenho
vontade de brigar. A Dilma é presidente e eu quero que ela governe esse País e
eu fico quieto no meu lugar para não dizer que eu estou tendo ingerência."
Para
ele, a elite brasileira, que contempla empresários e banqueiros, deveria
agradecer sua passagem e a de Dilma no governo. Na sua opinião, porém, eles são
"masoquistas e gostam de sofrer". Lula reclamou ainda sobre o que
considera insinuações na imprensa sobre seu suposto envolvimento na Lava Jato,
que apura denúncias de cartel e corrupção na Petrobras.
"Eu
não ia dizer isso aqui, mas estou notando todo santo dia insinuações: Ah! Lá na
Operação Lava Jato, estão esperando que alguém cite o nome do Lula porque o
objetivo é pegar o Lula. Essas revistas brasileiras são um lixo e não valem
nada. Eu certamente serei criticado por estar sendo agressivo, mas queria dizer
que peguem todos os jornalistas da Veja e da Época e enfiem um dentro do outro
que não dá 10% da minha honestidade neste País", criticou Lula.
Segundo
ele, não tem um representante da elite brasileira que já não tenha recebido
auxílio e tenha sido salvo pelo Estado brasileiro. "Eu conheci muitos
meios de comunicação falidos e ajudei porque acho que é importante ajudar,
porque a comunicação tem de ser forte, democrática e tem de funcionar. Quando
alguém dizia que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
não podia financiar prédio de editora, eu dizia pode. O dono de um jornal tem
de ser tratado como qualquer empresário e ter direito a um financiamento e não
precisa falar bem do governo porque ninguém está pedindo isso".
Lula
afirmou ainda que antes de o Partido dos Trabalhadores governar o Brasil, o
País era governado apenas para 35% da população. "Pobre não entrava em
shopping, pobre e nego não voava de avião, não fazia universidade neste
País", finalizou Lula, para um público estimado em cerca de 50 mil
pessoas.
Postador: Manancial de Carajás, com informações do Estadão