Assassino de Décio Sá é
condenado a 25 anos e três meses de reclusão
Assassino confesso do jornalista e
blogueiro Décio Sá, Jhonatan de Sousa Silva foi condenado a 25 anos e 3 meses
de prisão, pelo Tribunal do Júri num julgamento que encerrou na madrugada desta
quarta-feira. Ele inicialmente começará a cumprir a pena no presídio federal de
Campo Grande (MS), onde estava detido.
Além de Jhonatan Silva, o piloto da
moto Marcos Bruno de Oliveira foi condenado pelos jurados a 18 anos e 3 meses
de cadeia começa a cumprir prisão no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Além
do assassinato triplamente qualificado, os dois também foram condenados por
formação de quadrilha.
O veredito foi proferido já na
madrugada pelo juiz Osmar Gomes, que presidiu os trabalhos do júri popular,
iniciado na última segunda-feira (3), e fixou a pena aos réus, após o Conselho
de Sentença decidiu que Silva e Oliveira são culpados dos crimes que foram
acusados.
O advogado Pedro Jarbas disse que vai recorrer da
sentença aplicada a Marcos Bruno. Já o promotor Benedito Coroba afirmou
que vai solicitar a ampliação das penas.
No último dia de julgamento, Jhonatan
Silva e Marcos Bruno de Oliveira mudaram seus depoimentos. O assassino confesso
do jornalista Décio Sá, por exemplo, ao contrário do que já havia afirmado em
juízo, disse não ter sido contratado pelo empresário José Raimundo Sales Chaves
Júnior, o Júnior Bolinha, mas apenas por seu "cobrador de cheques",
identificado como Neguinho Barrão, e que este sim teria sido seu verdadeiro
piloto de fuga.
"Eu menti, quando acusei o Júnior
Bolinha, porque fiquei com muita raiva dele, pois imaginei que, como Neguinho
não pagou o que me prometeu [R$ 100 mil pela morte de Décio Sá], poderia ter
sido ele o verdadeiro contratante. Eu só queria encontrar um culpado para tudo,
e como sempre o via andando com Neguinho, quis me vingar nele", disse.
Jhonatan Silva também acusou Neguinho
Barrão disse o piloto da moto que lhe deu fuga, e não Marcos Bruno Oliveira.
"Foi Neguinho quem pilotou a moto para que eu fizesse o serviço e depois
fugisse", afirmou.
Da mesma forma que o assassino, Marcos
Bruno de Oliveira também se embaraçou ao responder aos questionamentos dos
promotores. Acusado de dar fuga ao
pistoleiro Jhonathan Silva, negou durante depoimento ter participado da
execução do jornalista Décio Sá. Ele disse que na hora do crime estava na Vila
São José, sozinho.
Embora tenha dito em depoimento à
polícia que participou do crime, com minúcias de detalhes, ele afirmou ter sido
torturado para assinar o documento. "Eu me pergunto até hoje porque a
polícia me prendeu. O dono da moto, coincidentemente, tem o nome de Marcos
Bruno, mas não fui eu. Eu não tenho o perfil de uma pessoa que faz esse tipo de
coisa ", disse.
O advogado de defesa Pedro Jarbas
afirmou que houve "falhas" da polícia na resolução do caso. Segundo
ele, "o inquérito é lacônico em relação ao Marcos Bruno". Jarbas
apelou aos jurados para que "Marcos Bruno não fosse mandado injustamente
para a prisão”.
O promotor Haroldo Paiva de Brito – um
dos três que atuaram no caso - chegou a pedir ao júri pena máxima (30 anos)
para Jhonatan Silva.
Também serão julgados pelo júri popular
Shirliano de Oliveira (foragido), o Balão, acusado de auxiliar o assassino;
José Raimundo Sales Chaves júnior, o Júnior Bolinha (preso no Centro de Triagem
do Complexo Penitenciário de Pedrinhas), acusado de intermediar a contratação
do pistoleiro; os policiais Alcides Nunes da Silva e Joel Durans Medeiros (em
liberdade), acusados de participar de reuniões para tratar do assassinato de
Décio Sá e do empresário Fábio Brasil; Elker Farias Veloso, acusado de auxiliar
o assassino e a quadrilha tanto no assassino de Décio Sá quanto no de Fábio
Brasil (preso em um presídio estadual em Contagem, MG); o capitão da PM, Fábio
Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita (em liberdade), acusado de fornecer a
arma do crime; Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha (em liberdade),
acusado de hospedar o assassino após o crime; e os empresários Gláucio Alencar
Pontes Carvalho e José de Alencar Miranda Carvalho, pai de Gláucio (presos no
Comando Geral da Polícia Militar),
acusados de mandar matar Décio Sá.
O advogado Ronaldo Ribeiro, que
trabalhava para os mandantes Gláucio Alencar e José Miranda, foi excluído do
júri por falta de provas. No entanto, o promotor Haroldo de Brito disse, que a
polícia e o Ministério Público já possuem provas contra o acusado e devem
indiciá-lo.
Foto
e Fonte:
http://www.brasil247.com/Postador: Manancial de Carajás