Revista italiana afirma que a Cúria Romana está grampeada desde 2012
Moraes Filho da redação do Manancial de Carajás, com informações do blog Parsifal
No mesmo dia em que Bento XVI renunciou (28) reporta o “Estadão”, citando a revista italiana "Panorama", que desde setembro de 2012, o cardeal Tarcisio Bertone, ex-secretário de Estado do Vaticano e agora carmelengo na Sede Vacante, determinou que fossem grampeados “os telefones, e-mails e monitorados os encontros mantidos por todos os membros da Cúria.
Bertone
teria tomado a decisão quando ocorreram os vazamentos dos documentos
sigilosos que revelaram uma rede de corrupção e nepotismo no Vaticano.
> O mordomo foi o culpado
O
autor dos vazamentos, que ficou conhecido como “Vatileaks”, foi Paolo
Gabriele, mordomo de Bento XVI. Gabriele foi julgado e condenado a
prisão, mas foi anistiado pelo papa.
A revista afirma que as interceptação estão ativas até hoje.
> Porta-voz desmente, mas Panorama reafirma
No dia 28, o porta-voz do Vaticano, Padre Federico Lombardi, emitiu
nota afirmando que a matéria não tem “o menor fundamento”, e que houve
apenas “escutas mínimas” no processo de investigação. A “Panorama”, no
seu portal on-line, reafirmou a reportagem.
Os documentos vazados ao jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, transformaram-se em um livro, “Sua Santidade - As Cartas Secretas de Bento XVI”,
que retrata o Vaticano como ele sempre foi e como sempre será qualquer
governo na Terra: um antro de intrigas, mentiras, vaidades, artimanhas e
comanditadas de facções que se articulam para extrair poder.
Gianluigi Nuzzi narra que havia até quem cobrasse propina para marcar uma audiência com o papa.