Oposição vê declaração da presidente como um reconhecimento
tardio de que escândalo ocorreu
‘É
uma confissão de culpa do petismo’, afirma Agripino Maia, coordenador da
campanha de Aécio Neves - Ailton de Freitas/15-03-2011 / Agência O Globo
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BRASÍLIA
— A oposição entendeu que as declarações da presidente Dilma Rousseff sobre a
crise na Petrobras é um reconhecimento tardio da presidente sobre o escândalo
que atinge a estatal. O coordenador da campanha do senador Aécio Neves (PSDB),
o também senador Agripino Maia (DEM-RN), classificou a afirmação de Dilma como
uma confissão de culpa. Para ele, a presidente reconheceu a corrupção somente
agora por uma questão eleitoral.
—
É uma confissão de culpa do petismo em relação à Petrobras. Todos os
posicionamentos do governo e da presidente em relação a esse tema são sempre
tardios, como foi a demissão de Paulo Roberto Costa. Demissão que se deu nos
termos que o Brasil inteiro sabe, com o reconhecimento dos grandes serviços
prestados por ele — disse Agripino Maia. — Até hoje, os fatos relatados não
foram objeto de providências enérgicas do governo. Somente agora, às vésperas
das eleições é que a presidente está reconhecendo o dolo praticado pelo
petismo. Tudo isso tem um sentido eleitoral, é claro — completou.
O
deputado Rubens Bueno (PPS-PR) criticou Dilma, dizendo que as declarações dela
vieram após anos e anos de desvios bilionários na Petrobras. Ele cobrou que a
presidente seja responsabilizada, lembrando que, ao longo dos últimas 12 anos,
ela teve alguma ligação com a estatal, seja como ministra de Minas e Energia,
ministra da Casa Civil, presidente do Conselho de Administração da Petrobras,
ou presidente da República.
—
Nesses 12 anos, só agora admite desvios na Petrobras? Por que não tomou
providências na época? Todos queremos que ela seja responsabilizada por isso.
Foi responsável como ministra, como presidente do Conselho, e como presidente
da República, que ficou ao longo do tempo blindando de toda a forma as
investigações — disse Bueno.
O
líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), afirmou que o reconhecimento
de Dilma de que ocorreu corrupção da Petrobras não exime a presidente de
responsabilidade. Para ele, o PT se especializou em corrupção.
O
líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), discordou dessa avaliação.
—
A presidente Dilma não está fazendo confissão de culpa alguma. Seria se ela
tivesse alguma participação nisso, o que não ocorreu. As investigações estão
sendo feitas e a presidente acionou a Polícia Federal, há vários inquéritos em
curso e o caso está também na CGU (Controladoria Geral da União). Não é
confissão de nada — disse Humberto Costa.
Foto e Fonte: O Globo. Postador: Manancial de Carajás