Pará dá exemplo ao enxugar a 'máquina pública' em gestão
Pará e Goiás são os Estados que têm o melhor equilíbrio em suas
contas
Os
Estados do Pará e de Goiás, ambos sob o controle de governadores do PSDB em
segundo mandato, são considerados os que mais procuraram enxugar a máquina
administrativa neste ano. O objetivo é o equilíbrio de receitas para fazer
frente à perspectiva de queda nos repasses de recursos federais, diante de um
cenário de incertezas quanto aos rumos da economia nacional. O assunto foi destaque em reportagem publicada na edição de
ontem do jornal “Valor Econômico”. Agora, em um cenário de crise, outros
governos também estudam o enxugamento de suas estruturas administrativas.
Simão
Jatene reduziu de 75 para 59 o número de órgãos públicos. Cinco secretarias
especiais foram extintas e outras três atreladas a outras pastas. A mesma
estratégia foi usada pelo governador paraense em relação a autarquias,
fundações e empresas estatais.
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Foto:
Oswaldo forte/ O LiberalFoto: Oswaldo forte/ O Liberal |
Essas
medidas resultaram numa economia anual de mais de R$ 20 milhões e na extinção
de aproximadamente mil cargos exercidos por funcionários temporários. “Essa
economia vem no sentido de racionalizar e reduzir os custos nas atividades
meios, que consomem muitos recursos e, às vezes, impossibilitam a aplicação de
mais verbas para as atividades fins”, explicou o governador tucano, em
entrevista ao “Valor Econômico”. Ele também respondeu a críticas da oposição ao
explicar que as reformas vieram apenas agora, no seu segundo mandato, porque
ele necessitava “corrigir problemas deixados pela gestão de Ana Júlia Carepa
(PT)”.
Jatene
explica que “num primeiro momento, preferimos concentrar os esforços em
diminuir os cargos comissionados, proibir as horas extras e investir em setores
prioritários para atrair investimentos. Com isso, passamos de um resultado
primário negativo, em 2010, de R$ 433 milhões, para um superávit de R$ 738
milhões no ano seguinte”.
Uma
das críticas da oposição ao governo Jatene está centrada na criação dos centros
regionais de governo. Para o deputado Airton Faleiro (PT), esses centros
funcionarão “como um posto de captação de base política”, para ampliar o
controle do tucano sobre a política local, mas o governador, em campanha, disse
que criaria tais centros com objetivo de aproximar o governo de cada uma das regiões
do Estado do Pará.
ADESÃO
Esse
movimento de enxugamento da máquina administrativa nos Estados deve ter a
adesão do Rio Grande do Sul, Amazonas, Santa Catarina, Ceará e Mato Grosso,
cujos governos já sinalizaram a disposição de fazer uma ampla reforma. A ideia
de extinção ou fusão de órgãos públicos como secretarias, autarquias e
fundações, é otimizar a máquina e dar racionalidade aos gastos, levando em
consideração o fato de que essas estruturas custam caro aos erários estaduais e
nem sempre contibuem para elevar a receita.
Marconi
Perillo, governador de Goiás, reduziu a 10 o número de secretarias, que antes
eram 16. Duas autarquias foram extintas. Agora, esta é a menor estrutura
administrativa estadual do Brasil, com apenas 31 órgãos. Ele ainda vai mexer
nas polícias Civil e Militar, bem como no Corpo de Bombeiros. Seu objetivo é
cortar ao menos 17 mil cargos públicos e fazer uma economia aproximada a R$ 400
milhões por ano.
Também
no Rio Grande do Sul, o governador Ivo Sartori (PMDB) fez ajustes na estrutura
administrativa, reduzindo de 27 para 19 as secretarias. Em Santa Catarina,
Raimundo Colombo (PSD) ficou de anunciar ontem medidas que objetivam o
enxugamento da máquina administrativa em algo que chega perto dos 20% dos
custos do executivo estadual. Seu objetivo é voltar ao patamar de gastos de
três anos atrás. “Ainda ficam vedadas novas concessões salariais até que o
gasto com folha retorne ao percentual de 44,10% da Receita Corrente Líquida.
Por
sua vez, José Melo (Pros), do Amazonas, quer enviar à Assembleia Legislativa,
no próximo mês, quando reabrem os trabalhos do Legislativo estadual, projeto de
lei com a reforma administrativa do Estado. No texto será proposta a extinção
de 10 secretarias, com previsão de economia da ordem de R$ 700 milhões ao ano.
Foto e Fonte? ORMNews. Postador: Manancial de Carajás