No
Pará, são oito os juízes ameaçados de morte
Atentado contra o juiz Alexandre Rizzi, trouxe à tona debate
sobre a segurança de magistrados e promotores
Moraes Filho da redação do Manancial de
Carajás, com informações Do Diário do Pará
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Juiz Alexandre Rizzi |
O
atentado contra o juiz Alexandre Rizzi, vice-presidente da Associação dos
Magistrados do Estado do Pará (Amepa), trouxe à tona, mais uma vez, o debate
sobre a segurança de magistrados e promotores de justiça no Pará.
Testemunhas
contaram que dois homens invadiram o sítio do juiz que fica no ramal conhecido
como Riozinho, a oito quilômetros do município de Vigia. Rizzi foi atingido nas
costas e salvo porque, por sorte, um helicóptero do Corpo de Bombeiros estava
próximo do local por causa da operação Verão. O crime ocorreu na sexta-feira, 22
de julho.
Na
última quinta-feira, outro caso aumentou a preocupação dos magistrados. O juiz
titular da Segunda Vara Federal do Trabalho no município de Marabá, Jonatas dos
Santos Andrade, denunciou que está sendo alvo de ameaças e, desde então está
sob escolta policial.
Segundo
informações do Tribunal Regional do Trabalho, podem estar ligadas à sentença
contra Décio José Barroso, condenado a penhorar 18 veículos e cerca de 900
cabeças de gado para pagamento de uma ação trabalhista. Barroso não foi
encontrado para comentar o caso.
O
presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho (Amatra), Antônio Odelmar
Coelho, afirma que na esfera trabalhista, Jonatas é o único juiz oficialmente
ameaçado, mas lembra que o risco ronda principalmente os magistrados que atuam
na primeira instância, onde há contato mais estreito com as partes envolvidas
nas ações.
Responsável
pela comissão de segurança do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), o
desembargador Rômulo Nunes diz que há registros de ameaças contra oito juízes
estaduais, todos sob escolta.
Uma
das maiores preocupações é com os que lidam com o crime organizado e o
narcotráfico. Para eles, o TJE pediu à Secretaria de Segurança, coletes à prova
de balas que ainda não foram entregues.
A
Associação dos Magistrados do Pará prefere não divulgar nomes de juízes
ameaçados.
MAIS
VULNERÁVEIS
Um
dos pontos de preocupação é a falta de segurança nos fóruns do interior, onde
os juízes acabam mais expostos, embora hajam casos de magistrados sob ameaça na
capital.
Na
última sexta-feira, o estado do juiz baleado Alexandre Rizzi era estável. As
informações são de que Rizzi já não precisava de aparelhos para respirar, mas
continuava internado no Hospital Metropolitano.
Quinze promotores do MPE sofrem ameaças de morte
Os
promotores também são alvos de ameaças no Pará. Segundo dados da Associação do
Ministério Público do Estado do Pará (Ampep) existem hoje em torno de 15
integrantes da entidade sob segurança policial porque teriam sofrido ameaças de
morte.