Polícia do Amazonas descarta execução de advogado do Pará e
investiga latrocínio
Jakson
Souza e Silva era presidente da Subseção da OAB, em Parauapebas, e foi
assassinato em Manaus no início do ano. Primeira fase das investigações foi
concluída, afirma delegado.
Jakson
Souza e Silva era presidente da Subseção da OAB em Parauapebas, município do
Pará (Foto: Divulgação/ OAB-PA)A Polícia Civil do Amazonas informou ao G1,
nesta segunda-feira (6), que descartou a suspeita de que o assassinato do
advogado paraense Jakson Souza e Silva, de 45 anos, tenha sido um crime
encomendado. A primeira fase das investigações foi concluída, no entanto, novas
diligências ainda serão realizadas. A nova linha de investigação apura se Silva
foi vítima de latrocínio – roubo seguido de morte.
Jakson
Silva, que era presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de
Parauapebas (PA), foi morto em Manaus em janeiro deste ano. O advogado estava
com o nome incluso em suposta lista de
“marcados para morrer”.
Segundo
o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS),
Ivo Martins, as informações e materiais coletados até o momento indicam um
crime ocasional. Para a polícia, a hipótese mais provável é de latrocínio,
embora os suspeitos não tenham levado os pertences da vítima. “Muito improvável
que ele tenha sido executado em razão das ameaças que vinha sofrendo”, afirmou
o delegado.
Ivo
Martins informou que o inquérito foi concluído e encaminhado ao Tribunal de
Justiça do Amazonas (TJAM).
“Concluímos
a primeira fase do inquérito e não chegamos à autoria do fato. Pedimos da
Justiça a devolução do inquérito para fazer diligências complementares e
reconstituição. Além disso, algumas perícias precisam ser realizadas para
chegar à autoria do crime. Estamos aguardando a baixa do inquérito para fazer
essas diligências complementares”, disse Martins.
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Crime ocorreu na noite de sábado (24) em rua do bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus (Foto: Adneison Severiano/G1 AM) |
Entenda
o caso
O
assassinato ocorreu, por volta das 23h40, do dia 24 de janeiro, na Rua 15 de
Outubro, situada no bairro Redenção, Zona Centro-Oeste de Manaus. Testemunhas
afirmaram que a vítima foi abordada por dois homens em uma motocicleta,
enquanto andava em via pública. Um deles efetuou o disparo, que atingiu o
abdômen de Jakson Silva. O advogado chegou a ser socorrido por populares e
levado ao SPA Alvorada, mas não resistiu. Ainda segundo a polícia, não foram
levados pertences da vítima. Com ele, foram encontrados R$ 1.900 em espécie, um
notebook e um smartphone.
O
presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos, afirmou ao G1 que o nome de Jakson
Silva estava numa lista de pessoas ameaçadas de morte. “Tudo nos leva a crer
que esse foi mais um brutal assassinato ligado ao exercício profissional da
advocacia e que trata-se, portanto, de uma gravíssima violação das
prerrogativas”, afirmou Jarbas Vasconcelos. Jakson Silva investigava denúncias
de improbidade administrativa na Prefeitura de Parauapebas. “Ele foi ameaçado
gravemente por denúncias feitas em contratos de licitação na Prefeitura. Então,
essa é uma linha que tem que ser investigada”, disse ao chegar a Manaus.
Desde
2011, sete advogados foram assassinados no Estado do Pará. Segundo a OAB, são
inúmeros os registros de queixa dos profissionais por ameaças de morte, entre
eles o de Jakson de Souza e Silva, registrado no dia 10 de janeiro de 2014,
após receber um bilhete ameaçador enquanto estava em um restaurante.
Há
um ano, durante reunião que aconteceu na sede do Ministério Público em Belém, o
presidente da Ordem, Jarbas Vasconcelos, apresentou dados que demonstravam a
existência de organização criminosa contra advogados e políticos. A reunião
aconteceu após denúncias divulgadas nos meios de comunicação de Parauapebas que
afirmavam a existência de suposta lista de “marcados para morrer” naquele
município, dentre os quais estava o nome do advogado Jakson de Souza e Silva.
Em
ofício encaminhado ao Promotor de Justiça Coordenador do Grupo de Atuação
Especial no Combate ao Crime Organizado, Milton Menezes, a OAB explica que a
ameaça foi denunciada por meio do “disque denúncia de Parauapebas” e por
bilhete deixado em um restaurante no município.
Postador: Manancial de Carajás, com informações de (Adneison Severiano – Do G1-AM)