OAB/PA pede o afastamento de delegados responsáveis pelo inquérito
policial que investiga a morte de Jakson Silva
A
solicitação da Ordem tem por base o relatório apresentado pelo advogado Rodrigo
Godinho, vice-presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas da OAB-PA, ao
presidente, Jarbas Vasconcelos, após visita feita à Polícia Civil do Amazonas.
Segundo Rodrigo Godinho, que esteve na capital do Amazonas no dia 20 de março
deste ano, “é necessário solicitar o afastamento e investigação da conduta dos
delegados que presidem o inquérito policial apuratório do assassinato do
advogado Jakson Silva, por que além de não considerarem outras linhas de
investigação, não houve a devida juntada dos documentos apresentados pela
Seccional da Ordem no Pará, que demonstravam os fortes indícios de crime de
homicídio, em razão das ameaças perpetradas à vitima.”
Ainda
de acordo com o advogado, as investigações necessitam de mais rigor para se
buscar os autores do crime. “A OAB/PA se prontificou em enviar os nomes de
outras testemunhas do município de Parauapebas/PA, com o intuito de estas
tentarem elucidar as dúvidas que permeiam o inquérito. Todavia, se faz
necessário um acompanhamento intensivo na assistência de acusação para que
todos os pleitos sejam verificados.”, informou.
Desse
modo, no entendimento da seccional paraense, não houve a devida juntada dos
documentos encaminhados pela Ordem no Pará, os quais demonstram fortes indícios
de crime de homicídio, o que acaba por macular a lisura necessária ao inquérito
policial e não condiz com o papel que se espera de autoridades policiais.
O
que causou mais estranheza na OAB/PA é o delegado que preside o inquérito
concluir antecipadamente a motivação do crime, sem sequer elucidar a autoria do
assassinato e utilizando somente o latrocínio como linha de investigação,
ignorando o fato de nenhum objeto eletrônico e quantia em dinheiro ter sido
retirado da vítima.
Em
virtude disso, o presidente da Ordem no Pará, Jarbas Vasconcelos, reitera ao
Procurador Geral de Justiça do Estado do Amazonas que as investigações
necessitam de mais rigorosidade técnica e que as diligências sugeridas sejam
realizadas, a fim de esclarecer o delito que vitimou o advogado Jakson Silva.
O Caso
Presidente
da subseção da OAB em Parauapebas, região sul do Pará, Jakson Silva foi
assassinado no dia 24 de janeiro deste ano, em Manaus, capital do Amazonas. O
advogado, de 45 anos, foi morto abordado por dois homens numa motocicleta.
Ações
movidas por Jakson denunciaram irregularidades em processos licitatórios na
Prefeitura de Parauapebas de aproximadamente R$ 500 milhões em prejuízos aos
cofres públicos. De 2011 até hoje, segundo a OAB no Pará, dez advogados foram
executados e oito foram vítimas de ameaças ou atentados realizados no estado.
Postador: Manancial de Carajás
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