Deixo o PT por não ter como conviver com corrupção, diz Marta
Para
ela, os crimes que estão sendo investigados e que são fartamente denunciados
pela imprensa constituem não apenas motivo de indignação, mas consubstanciam um
grande constrangimento.
Marta Suplicy: reagi contra corrupção e fui isolada |
A
senadora Marta Suplicy (SP) entregou nesta terça-feira, 28, sua carta de
desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT), na qual alega que “não tem como
conviver” com os escândalos de corrupção envolvendo o partido. “Para mim, como
filiada e mandatária popular, os crimes que estão sendo investigados e que são
diária e fartamente denunciados pela imprensa constituem não apenas motivo de
indignação, mas consubstanciam um grande constrangimento”, justifica a
senadora.
O
diretório municipal de São Paulo do PT confirmou que a carta já foi entregue ao
partido. Senadora por São Paulo, Marta foi também deputada e ministra da
Cultura, de setembro de 2012 a novembro de 2014, na gestão de Dilma Rousseff.
Foi ministra ainda ministra do Turismo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva
e prefeita de São Paulo, de 2000 a 2004. Em sua despedida, Marta se queixa que
a carta de princípios do partido e seu programa partidário “nunca foram tão
renegados pela própria agremiação” e que sua direção perdeu a capacidade de
dialogar e ouvir seus filiados.
A
senadora alega ainda que foi “isolada e estigmatizada” pela direção do PT
quando tentou tomar providências e diz que vem tendo suas atividades
partidárias e parlamentares cerceadas e limitadas pelo partido.
“Por
décadas, acreditei e dei o melhor de mim na perseguição de ideais que, com seus
acertos e erros, não se distanciavam de um norte ético indiscutível e
intransigente. Hoje, entretanto, não me sinto mais em condições de cooperar com
o que não faz mais sentido a mim e a milhões de brasileiros”, afirma.
Ao
anunciar sua saída do partido, Marta também deixa claro que não pretende
renunciar ao mandato de senadora, que poderá ser requisitado judicialmente pelo
PT, se a direção do partido assim o quiser. No texto, ela ressalta que foi
eleita com 8 milhões de votos e que sua fidelidade maior é ao mandato, cujo
exercício vem sendo cerceado pelo partido, alega.
“Serei
fiel ao meu mandato e permanecerei depositária dos valores defendidos por
aqueles que votaram em mim, hipotecaram sua confiança pessoal e abraçaram as
ideias que defendo desde a época em que me tornei pessoa pública em programa
diário de TV, onde sempre me pautei por princípios éticos inegociáveis. Até
onde pude, tentei reverter essa situação. Não fui ouvida”, diz a senadora.
Postador: Manancial de Carajás, com informações do jornal Brasiliaagora
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