Presidente da Câmara pressiona PSC por renúncia de pastor em
comissão
Moraes Filho da redação do Manancial de
Carajás, com informações da Folha de São Paulo
Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano |
O
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta
quarta-feira (20) que aguarda "para os próximos dias" que a cúpula do
PSC apresente uma "solução respeitosa" para o impasse sobre a
permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de
Direitos Humanos e Minorias da Casa.
Manifestantes protestam contra o presidente |
Em
mais um dia de protestos, o deputado teve sua conduta à frente da comissão
questionada publicamente pelo presidente da Casa nesta quarta-feira. O deputado
foi chamado no início da noite no gabinete do presidente da Câmara.
Protestos contra o presidente da Comissão |
Compareceram
à reunião apenas o líder do PSC na Casa, deputado André Moura (SE), e o
vice-presidente do partido, pastor Everaldo Pereira (RJ), que foram
pressionados a pedir que Feliciano renunciasse.
"Mostrei
a eles a nossa preocupação, porque a comissão estava praticamente sem condições
de realizar os seus trabalhos. Pelo emocionalismo que tomou conta da questão.
Então, consegui deles a sensibilidade e a generosidade de respeitosamente, nos
próximos dias, reunir os seus membros do partido, o partido como um todo, a sua
bancada, e encontrar uma solução que seja respeitosa para todos", disse
Alves.
Alvo
de protestos desde que foi indicado para comandar a Comissão de Direitos
Humanos, a pressão pela renúncia do pastor ganhou força após ele divulgar um
vídeo, na última segunda-feira (18), com críticas aos seus opositores na rede
social Twitter. O vídeo chama de "rituais macabros" os atos contra a
indicação do pastor para o cargo e questiona a conduta de seus opositores.
O
presidente da Casa tem manifestado a colegas insatisfação com a permanência do
pastor no comando da comissão. Alves tem dito, contudo, que não há margem
regimental, como uma intervenção direta, para tirá-lo da presidência. Por isso,
apelou à cúpula do partido.
"Vamos
aguardar, vamos respeitar o tempo, respeitar a condução, respeitar o
convencimento. Às vezes a pressa pode ser inimiga da perfeição", completou
Alves.
"Assumimos
o compromisso de fazer uma avaliação e principalmente do apelo do presidente
para que a gente converse com o deputado para que analise a possibilidade de
sair da presidência da comissão", disse Moura antes da reunião.
VAIAS
Sob
vaias, Feliciano deixou a sessão da comissão desta quarta-feira pouco tempo
após o início. A reunião acabou sendo suspensa devido aos protestos.
O
pastor é criticado por ter opiniões consideradas homofóbicas e racistas por
militantes dos direitos humanos. Ele responde no STF (Supremo Tribunal Federal)
a inquérito por preconceito e discriminação.
No
processo, ele é acusado de homofobia por um texto divulgado em seu Twitter.
"A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à
rejeição." O pastor nega ser homofóbico, mas diz ser contra a união entre
pessoas do mesmo sexo.
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