Associações de imprensa repudiam ataque a prédio da Editora
Abril em São Paulo
Sede da empresa, que
publica "Veja", foi pichada na noite de sexta-feira, em SP em retaliação à
revista 'Veja'
Sede da editora abril é pichada e tem lixeiras derrubadas nesta sexta-feira - Folhapress / Ernesto Rodrigues |
SÃO
PAULO — O ataque à sede da editora Abril, que publica a revista
"Veja", na noite desta sexta-feira, foi duramente criticado por
jornalistas e associações de imprensa. A fachada do prédio, na Marginal
Pinheiros, em São Paulo, foi pichada. A depredação seria uma resposta à
reportagem de capa da revista, publicada na última quinta-feira, que afirma que
o ex-presidente Lula e a presidente Dilma estariam cientes de atos de corrupção
praticados na Petrobras, segundo depoimento do doleiro Alberto Youssef à
Justiça do Paraná.
Em
sua conta pessoal na rede social Facebook, o atual presidente da Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirmou que "o punhado de
irresponsáveis que jogou lixo e pichou a fachada da Abril parece ser jovem
demais para entender o dano potencial de sua imbecilidade".
A
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) afirmou em nota
que “repudia veementemente os ataques”. “A Abert acompanha com preocupação
episódios como o de sexta-feira, pois a entidade considera grave qualquer “ato
de intimidação à liberdade de imprensa”. A Abert lembra que a Declaração de
Chapultepec, da qual o Brasil é signatário, aponta uma imprensa livre “como uma
condição fundamental para que as sociedades resolvam os seus conflitos,
promovam o bem-estar e protejam sua liberdade”, disse a associação em nota.
Em
nota, o diretor executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, qualificou a ação como
"uma lamentável tentativa de intimidação própria de quem não sabe conviver
na democracia e num país com liberdade de imprensa"
Segundo
um representante da editora que registrou boletim de ocorrência no 14º DP,
cerca de 200 pessoas participaram do protesto,na sexta-feira. Um caminhão de
som União da Juventude Socalista, ligada ao PCdoB, também estaria no local.
Três pessoas foram detidas pela Polícia Militar, levadas para a delegacia e
liberadas em seguida. Além de picharem os muros do prédio com dizeres como
“Veja mente”, também rasgaram revistas e jogaram lixo na porta da editora.
Neste
sábado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atendeu pedido de liminar da
coligação da candidata Dilma Rousseff e proibiu a revista “Veja” de fazer
publicidade da edição deste fim de semana. De acordo com a decisão do ministro
do TSE, Admar Gonzaga, a revista Veja está proibida de utilizar rádio,
televisão, outdoors e link patrocinado para divulgar a capa.
Foto e Fonte: O GLOBO. Postador: Manancial de Carajás
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