Exploração ilegal de madeira cresce 151% no Pará
O percentual corresponde a uma área de 73.535 hectares
A
exploração ilegal de madeira no Pará voltou a aumentar substancialmente após
três anos seguidos de queda. Segundo levantamento divulgado ontem pelo
instituto de pesquisa Imazon, o crescimento no último ano, entre agosto de 2011
a julho de 2012, foi de 151% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O percentual corresponde a uma área de 73.535 hectares, equivalente a quase 70
campos de futebol. Apesar de não configurar como desmatamento, essa retirada
selecionada de árvores é o primeiro passo do processo de degradação que pode
levar ao corte raso, daí a preocupação com o seu crescimento.
Os
pesquisadores observaram que, do total de 157.239 hectares de florestas
exploradas, 122.337 hectares (78%) não tinha autorização. O levantamento foi
feito com base na comparação de informações das Autorizações para Exploração
Florestal (Autefs) - documentos emitidos pela Secretaria Estadual de Meio
Ambiente do Pará que regularizam a extração de modo controlado - e de imagens
de satélite. O cruzamento mostrou que somente 34.902 hectares tinham
autorização de retirada.
O
aumento ocorreu principalmente nas regiões do Rio Marajó e no baixo Amazonas,
mas também em áreas de assentamento de reforma agrária e em unidades de
conservação, como as Florestas Nacionais (Flona) de Itaituba II, Trairão e
Jamaxin. Algumas delas, como a Flona de Altamira, estão em processo de
concessão florestal. "Antes de o governo chegar lá para regularizar a
exploração, os madeireiros sacam a madeira e esgotam o recurso. Quando a concessão
sair, já terão retirado tudo", afirma o engenheiro florestal André
Monteiro, que liderou a pesquisa. Ele opina que um dos motivos para o aumento
pode ter sido a liberação acima da média de Autefs em 2010.
Conforme
o estudo, os cinco municípios com maiores áreas de exploração madeireira ilegal
foram: Portel (margens do rio Amazonas), Pacajá (BR-230), Prainha (margens do
rio Amazonas), Uruará (BR-230) e Trairão (BR-163).
Os
dez municípios com as maiores áreas exploradas sem autorização no Estado do Pará entre agosto/2011 e julho/2012:
Portel
- 18.854 hectares
Pacajá
- 11.837 hectares
Prainha
- 9.177 hectares
Uruará
- 8.749 hectares
Trairão
- 8.219 hectares
Santarém
- 7.723 hectares
Moju
- 6.429 hectares
Tailândia
- 6.250 hectares
Ulianópolis
- 5.796 hectares
Paragominas
- 4.600 hectares
Foto:
Evandro Corrêa (O Liberal). Fonte: O Liberal/por Thiago Vilarins, da Sucursal
em Brasília. Postador: Manancial de Carajás
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