MPF
no Pará move mais 5 ações na Justiça por irregularidades na saúde
Programas do governo federal como o Atenção Básica em Saúde se
tornaram por conta da má administração do dinheiro público
Moraes
Filho da redação do Manancial de Carajás, com informações de O liberal
Prefeitura Municipal de Muaná |
O
MPF (Ministério Público Federal no Pará) entrou com cinco ações na Justiça por
irregularidades na gestão de verba federal destinada à saúde. Das cinco, duas
ações foram por improbidade administrativa contra ex-prefeitos e ex-secretários
dos municípios de Castanhal, nordeste paraense, e Curralinho, na Ilha do
Marajó. As outras são referentes a falta de informações das receitas e gastos
em ações e serviços de saúde dos municípios de Magalhães Barata, Marapanim e
Muaná. As informações foram divulgadas na tarde desta quarta-feira (4).
O
ex-prefeito de Castanhal Hélio Leite da Silva e o ex-secretário de Saúde do
município Carlos Rogério da Silva Pinto são acusados de irregularidades na
aquisição de medicamentos. Segundo relatório da Controladoria-Geral da União
(CGU) de 2012, alguns medicamentos comprados pela secretaria de Saúde de
Castanhal tinham preços acima dos praticados no mercado. A fiscalização
constatou que alguns preços eram até 279% maiores que os praticados no comércio.
Em
Curralinho, os problemas ocorreram em dois programas do Ministério do Saúde, em
2007. O ex-prefeito Álvaro Aires da Costa e o ex-secretário de Saúde Alex
Rodrigues Bacha não comprovaram as despesas de
R$ 161.735,70, destinados ao programa Atenção Básica em Saúde, e R$
19.739,38, encaminhados ao Programa de Assistência Farmacêutica Básica.
Para
o procurador da República Bruno Araújo Soares Valente, responsável pelas ações,
a má administração pública tem acarretado diversos problemas na realização dos
programas, prejudicando consideravelmente a população mais carente do
município. ‘Mostra-se assim o total descaso com a população local, já que os
governos municipais possuíam orçamento para aplicação na saúde e, mesmo assim,
deixaram seus habitantes sem atendimento’, conclui Valente.
O
MPF pediu à Justiça que os investigados sejam condenados à perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente aos patrimônios; ao ressarcimento integral dos
danos causados ao erário, com os acréscimos legais; à perda das funções
públicas e, dos direitos políticos, à proibição de contratar com o poder
público e ao pagamento de multa de até cem vezes a remuneração que recebiam
como gestores públicos.
Os
municípios de Magalhães Barata, Marapanim e Muaná também foram acusados em
ações judiciais por irregularidades em saúde. Em 2011 os três municípios não
registraram dados no Sistema de Informação de Orçamento Público em Saúde
(SIOPS). O MPF pediu à Justiça que os três municípios sejam obrigados a
registrar os dados no sistema e que seja fixada multa diária no valor de R$ 10
mil para cada município, em caso de descumprimento da decisão judicial.
O
Portal ORM tenta contato com os ex-secretários e ex-prefeitos citados na
matéria.
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