‘Nós
temos partidos de mentirinha’, diz Barbosa em crítica ao Congresso
Ministro disse que o Congresso Nacional é
"ineficiente" e "inteiramente dominado pelo Poder
Executivo"
Moraes Filho da redação do Manancial de
Carajás, com informações da Folha de São Paulo
Ainda
sob o efeito das recentes rusgas entre o Judiciário e o Legislativo, o
presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, afirmou nesta
segunda-feira que os partidos políticos são de “mentirinha” e que o Congresso
Nacional é “ineficiente” e “inteiramente dominado pelo Poder Executivo”.
As
declarações foram feitas durante uma palestra proferida no IESB (Instituto de
Educação Superior de Brasília), instituição da qual é professor.
“Nós
temos partidos de mentirinha. Nós não nos identificamos com os partidos que nos
representam no Congresso, a não ser em casos excepcionais. Eu diria que o
grosso dos brasileiros não vê consistência ideológica e programática em nenhum
dos partidos. E tampouco seus partidos e os seus líderes partidários têm interesse
em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder”,
disse ao responder a pergunta de um aluno sobre a suposta interferência do
Judiciário em assuntos do Legislativo.
“Está
é uma das grandes deficiências, a razão pela qual o Congresso brasileiro se
notabiliza pela sua ineficiência, pela sua incapacidade de deliberar”, disse o
ministro.
O
presidente do Supremo afirmou também que o poder, quando não é exercido, acaba
“tomado, exercido por outrem”. “Em grande parte no Brasil esse poder é exercido
pelo Executivo”.
As
críticas ao Legislativo continuaram ao longo da palestra, quando Barbosa voltou
a falar sobre os problemas do Congresso. “O problema crucial brasileiro, a
debilidade mais grave do Congresso brasileiro, é que ele é inteiramente
dominado pelo Poder Executivo”, afirmou. “O Congresso não foi criado para única
e exclusivamente deliberar sobre o Poder Executivo. Cabe a ele a iniciativa da
lei. Temos um órgão de representação que não exerce em sua plenitude o poder
que a Constituição lhe atribui, que é o poder de legislar”, afirmou Barbosa,
sob o aplauso dos presentes.
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