Desvio de dinheiro na Petrobras pode ser maior, diz PF
PF analisou extratos, movimentações financeiras e emails.
Foto: Divulgação |
Os investigadores da Lava Jato
concluíram que o prejuízo com a roubalheira na Petrobras é maior do que a
própria estatal estimou. Eles analisaram as contas de uma das obras da
refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. As informações foram divugadas pelo
Jornal Hora 1 desta quarta-feira (7).
O laudo da Polícia Federal, que é o
resultado de três meses de análise em extratos, movimentações financeiras e
correspondências eletrônicas, aponta sobrepreço de R$ 648 milhões somente no
contrato de montagem, construção, fornecimento de suprimentos e aditivos de
unidades da Abreu e Lima.
Segundo os investigadores, nessa obra,
o sobrepreço chegou a 16% do contrato, mais que os 3% estimados pela Petrobras
e por delatores da Operação Lava Jato. Os investigadores analisaram a quantia
que o consórcio da obra pagava a fornecedores e o valor que era cobrado da
Petrobras. Para alguns suprimentos, o preço é 1.600% superior.
O contrato dessas obras está a cargo
de um consórcio liderado pela Camargo Corrêa. Os policiais federais encontraram
também repasses de R$ 126 milhões do consórcio a empresas suspeitas de lavagem
de dinheiro.
Na lista estão 31 empresas. Entre
elas, a JD - Assessoria e Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, e a Costa
Global, do ex-diretor Paulo Roberto Costa.
A JD recebeu R$ 844 mil entre maio de
2010 e fevereiro de 2011. O dinheiro foi pago pela Camargo Corrêa. A Costa
Global recebeu R$ 2,8 milhões entre outubro de 2012 e dezembro de 2013.
O contrato da refinaria Abreu e Lima
foi assinado em 2009, época em que Paulo Roberto era diretor da Petrobras.
Um email mostra a conversa entre Paulo
Roberto e um dirigente da Camargo Corrêa, confirmando que, pelo menos, parte do
repasse para a Costa Global veio do contrato da refinaria Abreu e Lima.
De acordo com o laudo, parte dos
valores que o consórcio entregava para as empresas suspeitas de lavagem era
repassada para políticos e partidos. O consórcio responsável pelas obras negou
a acusação de sobrepreço.
A defesa de José Dirceu disse que o
ex-ministro foi contratado pela Camargo Corrêa para atuar no exterior e que já
apresentou à Justiça cópias do contrato e das notas fiscais.
O advogado de Paulo Roberto Costa
disse que só vai se manifestar depois de ter acesso aos documentos e que a
empresa Costa Global começou a funcionar depois que Paulo Roberto saiu da
Petrobras.
Com informações de ORMNews
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