Em Marabá-PA, indígenas denunciam problemas nas aldeias em protesto
na Ferro Carajás
Indígenas
que fazem parte da Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar
do Estado do Pará (Fetraf) também protestam, desde a madrugada desta
segunda-feira (18), na estrada de Ferro Carajás, em Marabá, no sudeste do Pará.
Eles denunciam que as aldeias enfrentam várias dificuldades. “Não tem energia
na nossa aldeia e nunca teve transporte escolar. As crianças estão perdendo a
cultura indígena, pois tem que ter uma professora indígena na aldeia. O colégio
está sem professor, sem água e sem
energia”, contou a cacique da aldeia Santo Antônio, Helene Carajás.
Integrantes
do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e da Fetraf ocuparam a estrada nesta
madrugada para protestar contra a falta de infraestrutura nos assentamentos do
Incra e também em aldeias da região. O órgão ainda não se posicionou sobre a
manifestação.
O
grupo colocou obstáculos sobre a via e ateou fogo nos trilhos. A Vale,
responsável pela ferrovia, disse que o protesto não tem relação com a
mineradora e que os manifestantes exigem a presença de um representante do
Governo Federal para discussão do orçamento e investimentos no campo.
“Se
os nossos trabalhadores produzem, não pode escoar a produção, não pode melhorar
a qualidade do que produz, pois a assistência técnica é insuficiente. Não
podemos habitar uma casa com dignidade, porque o governo não deslanchou o
Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) no nosso estado e o programa Luz
para Todos nunca atendeu as casas dos nossos trabalhadores”, contou o
coordenador da Fetraf, Roberto Elias Lima.
A
agilidade na reforma agrária também é um dos objetivos da manifestação. “Só
queremos viver bem em um direito que foi constituído para cada pai de família,
que é poder possuir o seu pequeno pedaço de terra para tirar o seu sustento.
Nós não estamos pedindo ao governo esmola e cesta básica. Estamos pedindo o
direito de viver em paz nas nossas terras, que temos por direito”, disse a
trabalhadora rural Neide Alves. A Funai também ainda não se posicionou sobre o
assunto.
A
Vale informou que já adotou as providências judiciais para reintegração do
trecho da ferrovia e que representará perante o Ministério Público Federal
(MPF) para que sejam apurados os autores do protesto.
Postador: Manancial de Carajás, com informações da Globo.com
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