Italiano condenado por chefiar máfia é preso no Recife pela
Interpol e PF
Pasquale Scotti tinha CPF e título de eleitor e se dizia
empresário.
Ele é acusado de extorsão, mais de vinte homicídios e porte
ilegal de armas.
Italiano Pasquale Scotti foi preso no Recife, nesta terça (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
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Segundo
a PF, Scotti é chefe da máfia e estava foragido desde 1984 -- inicialmente, a
Polícia Federal informou que ele era considerado foragido desde 1986. O mafioso
italiano foi condenado em 2005 à prisão perpétua pela morte de 26 pessoas, mas
estava desaparecido desde dezembro de 1984, quando fugiu da cadeia após ser
detido por ligação com a máfia. Ele tem ainda condenações em 1991 por porte
ilegal de arma de fogo, resistência, extorsão e vários homicídios, cometidos
entre 1980 e 1983. O pedido de prisão foi feito pelos delegados federais da
Interpol e autorizado pelo Supremo Tribunal Federal em menos de 24h.
Scotti
tem dois filhos com uma brasileira -- dois meninos -- e foi preso quando os
levava à escola. Ele se apresentava como Francisco de Castro Visconti, se dizia
empresário, dono de uma empresa de importação de alimentos e entretenimento e
sócio de uma boate. Ele morava há 28 anos no bairro do Sancho, Zona Oeste do
Recife.
Ainda
de acordo com a Polícia Federal, o italiano usava identidade falsa, tinha CPF e
até título de eleitor ilegais. A identificação dele foi possível pela
comparação de impressões digitais, mas os detalhes sobre a família não serão
divulgados. À PF, ele disse que a família brasileira não sabia de sua
identidade real e que resolveu fugir da Itália para não ser morto.
"Era
um dos líderes da Camorra, uma das máfias italianas e foi condenado à prisão
perpétua por mais de 20 homicídios na Itália em razão da organização criminosa.
Nós vamos continuar a investigação para saber quem que deu suporte, quem deu
esse apoio logístico durante anos todos a ele para, eventualmente, identificar
as pessoas e desarticular esse grupo", afirmou o superintendente da
Polícia Federal em Pernambuco, Marcelo Diniz Cordeiro.
PF divulgou documentos utilizados por Pasquale Scotti no Brasil (Foto: Divulgação / Polícia Federal) |
Ação na máfia
Segundo
o diretor da Interpol na Itália, Genaro Capulongo, Scotti era o braço direito
de Rafaelle Cutolo, fundador e líder da Nuova Camorra Organizzata. Ele teria
tanto participado quanto ordenado os 26 assassinatos pelos quais foi condenado.
Chefe
da Interpol no Brasil, o delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza Junio
afirmou que o homem aparentemente passou por cirurgias estéticas. "Ele
disse em depoimento que fazia questão de esquecer do passado dele, que Pasquale
Scotti não existia mais para ele, apenas Francisco de Castro", disse.
A
Polícia Federal investiga se as empresas comandadas por Scotti no Brasil eram
usadas para lavar dinheiro. A apuração apontou haver indícios de que ele
recebia dinheiro de instituições italianas.
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Colaborou Vianey Bentes, da TV Globo, em Brasília.
Postador: Manancial de Carajás, com informações do G1
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