Petrobras está envolvida no maior escândalo de corrupção do
mundo, diz Cunha
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, é um dos 34
parlamentares suspeitos de participar do esquema de desvio de dinheiro público
na maior estatal brasileira
Agência Estado
Eduardo Cunha e Renan Calheiros ficam nos cargos durante investigação da Polícia Federal |
São
Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos
34 parlamentares alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sob
suspeita de participar no esquema de desvios da Petrobras, classificou o
escândalo que atingiu a estatal do petróleo como o "maior escândalo de
corrupção do mundo". A afirmação foi feita em entrevista ao programa Canal
Livre da TV Bandeirantes, exibido na madrugada desta segunda-feira, 9.
Na
entrevista, Cunha disse que o escândalo que atinge a Petrobras trará efeitos
negativos na política interna e externa do País e pode, inclusive, fazer o
Brasil perder o grau de investimento. "Se o País perder o grau de
investimento, os US$ 370 milhões que possui em divisa podem se evaporar em
pouco tempo", alertou.
Para
o presidente da Câmara, é muito grave o que está acontecendo com o País, na
esteira do escândalo que envolve a estatal do petróleo. E destaca que esse
escândalo já deve ter provocado uma retração de cerca de 1% no PIB brasileiro.
Janot
Ao
falar da inclusão de seu nome na lista que o Procurador-Geral da República,
Rodrigo Janot, encaminhou ao STF, o peemedebista voltou a dizer que recebeu com
tranquilidade a informação porque não deve nada e ninguém está imune às
investigações. Porém, voltou a criticar a forma como Janot conduziu este
processo, não descartando motivação política.
Mesmo
com as críticas, disse que não teme as investigações, "porque quem não
deve, não teme". E descartou que este processo poderá contaminar a
condução da presidência da Câmara dos Deputados. Para Cunha, se ficar
comprovada a motivação política, "não vai deixar pedra sobre pedra."
O
peemedebista disse que achou estranho o fato de a lista de Janot não contemplar
mais nomes ligados ao PT, uma vez que o ex-gerente de engenharia da Petrobras
Pedro Barusco ter revelado, em depoimento concedido no acordo de delação
premiada, que o PT teria recebido até R$ 200 milhões de propina do esquema da
Petrobras.
Ajuste
Na
entrevista, Cunha falou que apoia o pacote de ajuste fiscal do governo da
presidente Dilma Rousseff e que fará tudo para que ele seja aprovado. Contudo,
ponderou que o governo não está conseguindo mostrar à população que ela terá de
fazer um sacrifício no momento para encontrar uma saída depois.
"Não
dá para fazer todo dia o mal. O governo deveria ter falado previamente com sua
base e soltado tudo de uma vez", disse, destacando que todo dia tem uma
notícia ruim. "O clima está ruim pela falta de comunicação (por parte do
governo)."
Ele
disse que o governo Dilma tem um problema político e tem de apaziguar a sua
base. "E depois vai ter que encontrar um caminho para mostrar às pessoas
que o ajuste é necessário." Cunha reclamou que o parlamento não é chamado
a participar das discussões de medida de impacto, como o pacote fiscal. E
criticou, principalmente, um dos articuladores do Planalto, o ministro Pepe Vargas.
Na
sua avaliação, a presidente Dilma não aproveita o fato de que tem como seu
vice-presidente um dos maiores articuladores políticos do País, Michel Temer.
"É uma falta de inteligência não utilizar um quadro como o vice Michel
Temer", disse, emendando que não compete com ele e que o PMDB se une nas
dificuldades. "Aliás, o Michel se tornou persona non grata no Palácio
quando passou a apoiar a minha candidatura (à presidência da Câmara)",
disse.
Impeachment
O
presidente da Câmara dos Deputados rechaçou a hipótese de colocar em tramitação
neste momento um eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"Sou contra o impeachment e não colocarei para tramitar", garantiu.
Na
sua avaliação, impeachment não é a palavra de ordem do momento. "O que
está ocorrendo é que Dilma está tendo perda de apoio político e da
população." E voltou a dizer que a gestão de Dilma enfrenta um grave
problema de articulação política. "É preciso mudar a forma de fazer essa
articulação."
Cid
Gomes
Eduardo
Cunha disse ainda na entrevista à TV Bandeirantes que o ministro da Educação,
Cid Gomes (Pros), foi convocado pela Câmara, na quarta-feira, 11, às 15 horas,
para explicar porque chamou, em uma palestra para universitários, os
parlamentares de achacadores. "Um País que se autointitula pátria
educadora, não pode ter um ministro da Educação mal educado", disse o
presidente. E afirmou que tirou de pauta o projeto de criação do Instituto de
Ensino Superior, ironizando que os 'achacadores' não poderiam colocar em pauta
um projeto de ministério da Educação.
Foto e Fonte: em.com.br. Postador: Manancial de Carajás
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