1%
da vazão do Rio Amazonas eliminaria falta de água no NE e SE, diz CPRM
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A
Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) informou que é
possível levar água do Rio Amazonas – um dos maiores do mundo – para São Paulo
e outros estados que sofrem com falta d’água no Brasil. Especialista diz que 1%
da vazão do rio que banha o Pará e Amazonas daria para abastecer Nordeste e
Sudeste do país. O órgão defende que os tipos de obra e intervenção merecem
amplo debate. A proposta sugerida pelo governador do Amazonas, José Melo
(PROS), nesta semana, gerou polêmica e também foi alvo de críticas em redes
sociais.
Os
grandes rios estão longe das grandes concentrações populacionais do país. Os
problemas com abastecimento de água poderiam ser solucionados com obras que
levassem água do Rio Amazonas para as regiões afetadas, de acordo com o
superintendente regional do CPRM, Marco Antônio Oliveira.
O
Rio Amazonas joga no Oceano Atlântico em torno de 200 mil metros cúbicos por
segundo. Um metro cúbico corresponde a mil litros de água, então em média, são
200 milhões de litros de água doce que o rio despeja no Oceano Atlântico. Na
época de cheia esse volume pode ultrapassar 600 mil metros cúbicos por segundo,
conforme dados do CPRM. Marco Antônio Oliveira explicou que 1% do volume da
vazão poderia abastecer São Paulo e o Nordeste.
“Para
São Paulo, o que falta no Sistema Cantareira são 30 metros cúbicos por segundo,
ou seja, o Amazonas dispõe de uma vazão mil vezes o que necessita em São Paulo
e no Nordeste. Se fizesse um desvio de água de 1% desses 200 mil m³, para o Rio
Amazonas não seria nada, um desvio insignificante, mas que representa quase
toda a vazão do Rio São Francisco”, afirmou o superintendente.
Chão
rachado em área que costumava ser coberta por água em reservatório do Sistema
Cantareira em Nazaré Paulista (SP) (Foto: Roosevelt Cassio)
Diferentemente
da proposta do governador do Amazonas, que sugeriu a transferência da água na
Foz, Oliveira sugere que a captação das águas poderiam ser feita no trecho do
Rio Amazonas que banha o Pará. Para o Nordeste, seriam necessários percorrer
cerca de 2 mil km e para o Sudeste 4 mil km.
Proposta
governo
No
último dia 3, o governador José Melo sugeriu a transposição de parte das águas
de um dos mais extensos rios do mundo e de maior fluxo de água por vazão: o Rio
Amazonas.
“Eu
sou daqueles que entende que a solução passa pelo Amazonas. Você tem o Nordeste
Brasileiro com solos extremamente férteis, mas não tem água. E agora o Sudeste
do Brasil padecendo da falta de água. A pergunta que deixo para o Brasil é o
seguinte: por que não levar água da Foz do Amazonas, que tem em abundância,
para o Sul, Sudeste e, sobretudo, para o Nordeste, onde há solos abundantes e
ricos? Não precisaríamos levar água todo dia. Quando no período de chuvas
resolvessem a questão do abastecimento dos reservatórios, a torneira estava
fechada. Quando isso não acontecesse, o Amazonas estaria lá para socorrer”,
afirmou o governador.
Parlamentares
divergem
A
proposta foi alvo de críticas nas redes sociais e gerou polêmica em Brasília,
dividindo opiniões dos parlamentares da Região Norte. A senadora Vanessa
Grazziotin (PCdoB/AM), disse que é favorável à possibilidade, mas avaliou que o
assunto precisa de amplo debate.
“Existe
a possibilidade de se fazer aquedutos no sentido de se distribuir água da
Região Amazônica para outras regiões do país. Agora, obviamente, que nós da
Amazônia vamos querer um debate profundo, que envolva não só a questão
ambiental, mas questão social e econômica também”, opinou a senadora.
Já
o deputado federal Édio Lopes (PMDB/RR) considerou que a questão da crise
hídrica no Centro-Sul do país é uma questão momentânea e não necessita de
intervenções radicais. “Ações serão desenvolvidas e em breve alcançaremos a
autossuficiência hídrica na região”, comentou o deputado.
Carlos
Nobre, especialista em mudanças climáticas e secretário do Ministério da
Ciência e Tecnologia, também disse que não é o caso de se pensar em soluções
drásticas. “O Sudeste tem água suficiente de modo geral, mas é preciso uma
administração mais moderna desse recurso valioso, uma gestão mais eficiente,
cuidar da qualidade da água e também a recomposição da vegetação das bacias de
captação de água”, avaliou.
Postador: Manancial de Carajás, com informações do G1, Amazonas -(Rio
Amazonas (Foto: José de Oliveira/TV Amazonas)
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