Uma
das principais rodovias do sul do Pará, responsável pelo escoamento da produção
de soja e milho colhida nos estados do Mato Grosso e Pará, a BR-158, é o
retrato do descaso e abandono do governo federal.
Considerada
como portal de entrada da região sul do Pará, a Rodovia BR-158, em um trecho de
110 quilômetros, que liga Redenção ao distrito de Casa de Tábua, possui pontes
que são verdadeiras armadilhas.
Há
mais de décadas esperando por reforma e reconstrução, as pontes construídas
sobre os rios Inajazinho e Inajazão, funcionam como verdadeiras ‘’arapucas’’
para motoristas de caminhões, vans, ônibus e carros de passeio que diariamente
trafegam pela estrada. Pela BR-158 passam dezenas de Bi-trens, com toneladas de
soja e milho, produzidas no norte de Mato Grosso e Sul do Pará.
Os
principais problemas enfrentados pelos motoristas são pontes improvisadas com
grades de metal, que foram construídas há mais de duas décadas, como medida
paliativa. O que era para ser temporário, desde então, se tornou permanente. Os
63 metros de extensão da ponte sobre o igarapé Inajá têm placas de metal
danificadas e com visíveis sinais de deterioração. Além disso, a estrutura não
possui nenhuma proteção para o tráfego de veículos.
O
descaso com a preservação das pontes e a má qualidade da pavimentação, encarece
o frete, e prejudica o escoamento da safra de grãos dos dois estados como conta
o motorista Armando José Filho. “Eu passo por aqui, mas sei do risco que corro
com falta de estrada adequada e pontes regulares. O jeito é cobrar mais caro
pelo frete e se aventurar nessas armadilhas, que representam uma verdadeira
vergonha para uma região e um estado rico como o Pará’’, desabafa o motorista.
O
asfalto de má qualidade e trechos com muitos buracos faz parte do conjunto de
desafios que os motoristas que transportam a produção agrícola enfrentam
constantemente. Uma empresa contratada
pelo DNIT para fazer a recuperação do trecho de Redenção até a cidade de Vila
Rica, no Mato Grosso, paralisou o trabalho por falta de pagamento e não há
previsão de quando serão retomadas as obras.
Dezenas
de acidentes já foram registrados envolvendo carros de pequeno, médio e grande
porte, assim como motocicletas, sobre as perigosas pontes, onde grande parte
das ocorrências houve vítimas fatais.
O
morador da região Francisco da Silva, que passa há anos passa por sobre as mesmas ponte, revela que a situação é um
caos. “Sinto-me envergonhado. Este é meu caminho há anos e a falta de vontade
que vejo dos nossos representantes em trabalhar para acabar com essas pontes perigosas, assassinas que muito
prejuízo tem causado a motoristas e ceifados vida de pessoas inocentes”, relata
o motorista.
A
reportagem do NOSSO JORNAL e blog,
constataram que a maioria das pontes possui ao lado uma pré-estrutura
para execução de obras que substituiriam as atuais, que estão deteriorando com o tempo.
Ainda no trecho existem pontes de madeira que foram construídas como algo
provisório mais que pelo que parece ficarão por décadas como o paliativo.
Foto e Fonte: Dinho Santos. Postador: Manancial de Carajás
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