Cabine de um jatinho semelhante ao do acidente que matou Eduardo Campos |
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Em
nota, a FAB garantiu que a falta da caixa-preta não inviabiliza a investigação
e que essas informações não seriam "imprescindíveis para a identificação
dos possíveis fatores contribuintes". No entanto, Junqueira esclarece que,
a partir de agora, os peritos terão que seguir uma linha mais empírica de
investigação, ao analisar componentes do avião um por um, além de avaliações
dos aspectos humanos da tripulação por hipóteses. “O gravador auxilia a
direcionar a linha investigativa. A partir dos dados coletados, é eliminada uma
série de possibilidades e são buscados outros fatores contribuintes. Por isso,
é tão importante encontrar a caixa”. As equipes do Cenipa dividem-se em três
grupos: investigadores dos fatores humano, material e operacional.
Gravador
inoperante
O
laudo do laboratório da Aeronáutica, ao não detectar gravações do último trecho
do trajeto do avião, indica uma pane operacional no equipamento. O problema
pode ter sido detectado pelos pilotos da aeronave ao fazerem uma espécie de
check list antes da decolagem, onde se decide “go” ou “no go” (decolar ou
não). Não há informações até o momento
de quando é a última gravação e por quanto tempo a tripulação decidiu voar com
o gravador inoperante.
Nesse
tipo de avião, há obrigatoriedade apenas do gravador de voz. O outro gravador,
o de dados, só é obrigatório para aeronaves a partir de 28 passageiros. A
empresa Andrade, de Ribeirão Preto, operadora da aeronave, não se manifestou
ainda se tinha conhecimento do problema. A reportagem do Portal EBC não
conseguiu contato com a empresa.
Na
rotina da aviação civil, esse tipo de problema ainda que não comunicado pode
ser detectado pelas oficinas credenciadas pela Anac que deixam a aeronave
regular ou não para voo. A não obediência pode causar prejuízos e punições para
a operadora. Segundo a agência reguladora, na última checagem o avião estava em
condições regulares.
A
caixa-preta
O
equipamento disponível no Cessna 560 XL, o gravador de voz, conta com quatro
microfones, dois ligados à comunicação de cada um dos pilotos, e outros dois
espalhados pela cabine do avião. Além de registrar a comunicação entre os
pilotos e dentro do avião, traz também as informações com o controle do tráfego
aéreo em terra. “Quando há pane na caixa-preta, pode ser motivada por um
problema de sincronização entre os horários do equipamento com o do avião. Pode
também ter havido uma anomalia no
gravador apenas no último trecho do voo, o que, no caso, seria uma horrível
coincidência”, considerou Antônio Junqueira.
Ele
explica que o equipamento é retirado periodicamente para manutenção e é
possível que os pilotos deletem a gravação da memória superficial. “Mas o
Cenipa identificaria se houvesse um apagamento proposital, e os dados poderiam
ser recuperados”. A caixa-preta funciona de forma automática cada vez que é
ligada a bateria da aeronave.
Fonte: www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014. Postador: Manancial de Carajas
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