Após manifestações, Lula e Dilma vivem desgaste na relação
Manifestações derrubaram popularidade de Dilma e desgastaram sua
relação com Lula
Moraes Filho da redação do Manancial de Carajás
As
manifestações de junho não derrubaram apenas a popularidade da presidente Dilma
Rousseff. Elas também ajudaram a desgastar sua relação com o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Petistas
dizem que “criador” e “criatura” estão muito longe de um rompimento, e que
errará quem apostar nesse desfecho, mas concordam no diagnóstico: a ligação dos
dois chegou ao ponto mais difícil desde que Dilma assumiu o cargo, há dois anos
e meio.
Interlocutores
de Lula dizem que ele considerou uma “barbeiragem” a decisão do Planalto de
propor uma constituinte para a reforma política sem ouvir o vice-presidente
Michel Temer (PMDB), mas consultando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), adversário do PT.
CAMPOS
Auxiliares
de Lula notaram que o ex-presidente buscou nas últimas semanas uma
reaproximação com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que desde o
início do ano ameaça romper com o governo para se candidatar à Presidência em
2014.
Os
dois se encontraram pela primeira vez após meses de afastamento e falaram por
telefone. Numa dessas conversas, em 18 de junho, Lula disse a Campos que
descarta a possibilidade de concorrer a presidente no ano que vem.
Lula
sugeriu mudanças na área econômica do governo, para resgatar a credibilidade da
política fiscal, e na articulação com o Congresso, para pacificar a relação do
governo Dilma com seus aliados.
Petistas
ligados a Lula defendem que a presidente troque pelo menos o secretário do
Tesouro Nacional, Arno Augustin, apontado como responsável pelas manobras
contábeis que fizeram o governo perder credibilidade na condução da política
fiscal.
Mas
Dilma resiste a substituí-lo. Ela também resiste a promover mudanças na
comunicação institucional do governo, outro alvo de críticas de auxiliares de
Lula.
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