Ao
contrário do que diz Dilma, União põe R$ 1,1 bi em estádios da Copa
Moraes Filho da redação do Manancial de
Carajás, com informações da noticias.bol.uol.com.br/
Jogo de abertura no Estádio Mané Garrincha, que tem recursos federais na construção |
Ao
contrário do que afirmou a presidente da República, Dilma Rousseff, em
pronunciamento na sexta-feira, há sim dinheiro federal em obras de estádios da
Copa de 2014. E não é pouco. Somados os incentivos fiscais, subsídios em
empréstimos e até participação em arenas, a União já comprometeu cerca de R$
1,1 bilhão com os locais para jogos do Mundial.
Em
cadeia nacional, Dilma afirmou que: "Em relação à Copa, quero esclarecer
que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas, é fruto de
financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão
explorando estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do
orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a
Educação."
Mas
não é bem assim. Os empréstimos para as obras das arenas foram concedidos pelo
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com juros
subsidiados, ou seja, mais baixos que o normal. Para facilitar a construção dos
estádios e outras obras para o Mundial, o banco estatal abriu mão de R$ 189
milhões, valor que poderia ser aplicado em outros financiamentos para outros
projetos.
Esse
cálculo foi feito por uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União). O
órgão também já identificou que as isenções de impostos federais concedidas
pelo governo às construtoras responsáveis pelas obras dos estádios da Copa
somam R$ 329 milhões.
Foi
o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor e aliado de Dilma,
quem concedeu os incentivos fiscais às empreiteiras dos estádios. Em dezembro
de 2010, ele assinou a lei 12.350 e as liberou do pagamento de PIS/Pasep,
Cofins, Imposto sobre Produção Industrial, e taxas de importação sobre às
construções de arenas da Copa.
Os
12 estádios da Copa aderiram ao programa Recopa, que concede os benefícios. Só
com a Arena Pantanal, por exemplo, o governo já abriu mão de R$ 16 milhões em
impostos por conta do Recopa. Isso representa em torno de 4,5% do valor da obra
contratada do estádio.
Para
2013, o Orçamento da União aponta que os incentivos fiscais concedidos por meio
do programa Recopa somarão R$ 123 milhões.
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