PSC questiona resolução do CNJ que obriga registro de casamento gay
Moraes Filho da redação do Manancial de
Carajás, com informações da Folha de São Paulo
DE
BRASÍLIA - O PSC, partido do deputado federal Marco Feliciano (SP), pediu ao
STF (Supremo Tribunal Federal) a suspensão da resolução do CNJ (Conselho
Nacional de Justiça) que desde a semana passada obriga os cartórios a celebrar
casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
O
partido entrou com o mandado de segurança, pedido que serve para conter
possíveis medidas abusivas de autoridades públicas, alegando que a atitude do
CNJ feriu o direito dos parlamentares de debater sobre o tema, criando direitos
e obrigações, sem ter o poder para isso.
De
acordo com o partido, a regra do conselho "não foi submetida ao devido
processo legislativo, sendo incluída no mundo jurídico com força de lei, mas
maculada de inconstitucionalidade e vícios de formalidade".
O
partido ainda aponta que "o CNJ usurpa atribuições dos membros do
Congresso Nacional e do PSC". O pedido foi distribuído para o ministro
Luiz Fux, que poderá levar o tema ao plenário ou decidir temporariamente de
forma individual.
REGRA
A
resolução do CNJ foi divulgada no último dia 15 no Diário de Justiça Eletrônico
e começou a valer no dia seguinte. A maioria dos conselheiros (14 votos a 1) do
órgão tomou a decisão após levar em consideração duas decisões de tribunais
superiores, ambas tomadas em 2011.
A
primeira, do STF (Supremo Tribunal Federal), reconheceu a união estável entre
pessoas do mesmo sexo. Os ministros entenderam que casais homossexuais têm os
mesmos direitos dos heterossexuais, entre eles pensão, herança e adoção.
A
segunda, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), autorizou o casamento de um
casal de gaúchas que viviam juntas há cinco anos.
Com
a decisão, casamento civil entre pessoas do mesmo sexo passou a ser legal em
todo o Brasil, com os mesmos requisitos e com os mesmos efeitos de um casal
heterossexual. Quem tiver o registro de casamento civil negado por algum
cartório deverá recorrer à Corregedoria dos tribunais de justiça.
Lideranças
do movimento em defesa dos direitos civis da população LGBT no Brasil
qualificaram a decisão como sendo "histórica".
Nenhum comentário:
Postar um comentário