PF
abre inquérito para investigar ligação de Lula com mensalão
Ministério Público solicitou investigação após abrir seis
apurações preliminares sobre denúncias de Marcos Valério
Moraes Filho da redação do Manancial de
Carajás, com informações do jornal O Globo
A
Polícia Federal abriu na quinta-feira inquérito criminal para apurar denúncia
feitas pelo publicitário Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão
por ser o operador do esquema do mensalão. Em depoimento à Procuradoria Geral
da República, em setembro de 2012, Valério disse que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva negociou pessoalmente com Miguel Horta, então presidente
da Portugal Telecom, repasse de recursos para o PT. O inquérito deriva de um
dos seis procedimentos preliminares abertos pela Procuradoria para apurar as
novas denúncias de Marcos Valério.
Segundo
o publicitário, o ex-presidente e o então ministro da Fazenda, Antonio Palocci
combinaram com Horta a transferência de R$ 7 milhões de uma fornecedora da
Portugal Telecom em Macau, na China, para o PT. O dinheiro teria entrado pelas
contas no exterior de publicitários que prestavam serviço ao partido. Na época,
a empresa tinha interesse em obter negócios com o governo.
Com
as novas denúncias, o publicitário buscava obter redução de pena no processo no
STF, por delação premiada. No entanto, o Procurador-Geral, Roberto Gurgel,
entendeu que o novo depoimento não interferia no processo do mensalão no STF e
abriu novas investigações.
Após
a divulgação do teor do depoimento, Lula classificou as declarações como
mentirosas. Na mesma época, Palocci disse, por meio de sua assessoria, que os
fatos relatados por Valério “jamais existiram”. Miguel Horta declarou, por meio
de nota, que ele não teve “qualquer ligação” com o processo do mensalão.
Conforme
informou a PF, o pedido de investigação foi feito pelo Ministério Público
Federal, para onde a PGR enviou o caso, com base no depoimento de Valério dado
em setembro. O caso ficará sob responsabilidade da Delegacia de Combate a
Crimes Financeiros. E a PF tem 30 dias prorrogáveis por mais 30 para finalizar
a investigação.
Ontem,
o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo (PT), disse que a Polícia
Federal tem autonomia para investigar o ex-presidente no caso do mensalão.
Segundo Cardozo, a PF é “republicana” e não está submetida a “nenhum tipo de
interferência, de qualquer natureza”.
—
A PF está apta a investigar quaisquer dos crimes que estão na sua competência —
afirmou, antes de participar de um debate sobre Segurança Pública na Assembleia
Legislativa de São Paulo.
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