segunda-feira, 18 de março de 2013


Ex-marido de Dilma denuncia ‘núcleo de tortura na Fiesp’

Ex-militante da VPR, Carlos Araújo diz que ‘direita raivosa’ ainda integra quadros da federação

Moraes Filho da redação do Manancial de Carajás, com informações de O Globo

Carlos Araújo..
Carlos Araújo..

O ex-militante de esquerda e ex-marido da presidente Dilma Rousseff na época da ditadura militar, Carlos Araújo, afirmou nesta segunda-feira, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), que empresários ligados à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) “não só financiaram, mas estimularam e assistiram às sessões de tortura” durante o regime. Araújo, que foi militante da VPR, depôs na comissão que se reúne pela primeira vez no ano em Porto Alegre. Ele pediu que a comissão investigue o “núcleo de tortura da Fiesp”.

Na semana passada, reportagem do GLOBO revelou parte do elo da Fiesp com os ‘porões da ditadura’.

— Não foram poucos os empresários que foram para as salas estimular os torturadores e se envaidecer com a tortura dos nossos companheiros — disse o ex-deputado, que não citou nomes dos empresários e nem disse se foi submetido a interrogatório com integrantes da Fiesp.
Araújo, entretanto, disse que a federação financiava a Operação Bandeirante (Oban) e, posteriormente, o DOI-CODI.

Ele disse também que considera relevante esta investigação, porque essa “direita raivosa” ainda está integrada às atividades da Fiesp.

Na tarde desta segunda-feira, a comissão ouve familiares do ex-presidente João Goulart e membro do Ministério Público Federal (MPF) sobre a suspeita de assassinato do ex-presidente João Goulart no exílio, em 1976. Os procuradores federais Daniel Marx e Suzete Bragagnano participam da sessão.

Procurada para comentar as declarações de Carlos Araújo, a Fiesp informou que é “importante lembrar que a atuação da entidade tem se pautado pela defesa da democracia e do Estado de Direito, e pelo desenvolvimento do Brasil”.

A federação se mostrou ainda favorável às investigações da comissão. “Eventos do passado que contrariem esses princípios podem e devem ser apurados”, conclui a nota da Fiesp.


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