TRF1 decide que
ação contra mineradora da Vale será julgada no Pará
Moraes Filho da redação do Manancial de Carajás, com
informações da Agencia Brasil
Brasília - O Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF1)
decidiu que será julgado pela Justiça Federal em Redenção, no sudeste do Pará,
o processo que apura irregularidades no licenciamento ambiental de atividades
do projeto Onça-Puma, da mineradora Vale.
No final ano passado, o
juiz federal Adelmar Aires Pimenta da Silva, que atua em Redenção, havia
determinado o envio do caso ao Superior Tribunal Federal (STF) argumentando que
a Justiça Federal não tinha competência para julgar o caso.
O Ministério Público
Federal (MPF) recorreu da decisão e obteve decisão favorável no TRF1. Na
decisão, o juiz federal Carlos Eduardo Castro Martins entendeu que o caso não
apresenta conflito federativo.
O processo contra a
mineradora Vale começou em maio de 2012, quando o MPF ajuizou uma ação pedindo
a suspensão imediata das atividades da mineração Onça-Puma, empreendimento de
extração de níquel da Vale em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará, até que
sejam cumpridas as medidas de
compensação e redução dos impactos sobre os índios das etnias Xikrin e Kayapó.
Nas terras em questão, vivem cerca de 5,5 mil índios.
Também são réus no
processo a Secretaria de Meio Ambiente do Pará e a Fundação Nacional do Índio
(Funai), por ter demorado quase cinco anos para emitir um parecer sobre os
estudos de impacto, documento necessário para dar andamento aos programas de
compensação ambiental.
O MPF também quer a
condenação da Vale ao pagamento de todos os danos materiais e morais causados
aos índios desde maio de 2010, prazo em que o empreendimento funcionou, segundo
o órgão, sem cumprir as medidas compensatórias. Cálculo do Ministério Público
aponta que as indenizações devem ultrapassar R$ 1 milhão por mês para cada
comunidade afetada.
Questionada sobre o
assunto, a Vale disse em nota que o empreendimento Onça Puma está regularmente
licenciado, “vem cumprindo com as condicionantes estabelecidas e aguardará ser
intimada pelo TRF1 quanto à decisão sobre o conflito federativo”.
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