No último dia 7, dois policiais e seis indígenas ficaram feridos e o índio Adenilson Kirixi Munduruku foi assassinado com três tiros, segundo representação assinada por 116 organizações e entidades da sociedade civil.
Os procuradores da República Felipe Bogado, que atua em Santarém, baixo
amazonas paraense, e Márcia Brandão Zollinger, do MPF em Cuiabá, Mato
Grosso, determinaram o envio de ofício à Polícia Federal (PF) em Mato
Grosso com uma série de questionamentos.
O MPF quer saber se foi feita
necrópsia, para apurar a causa da morte do índio, e se houve a
identificação, apreensão e o exame pericial na arma que teria efetuado o
disparo contra o indígena.
O MPF também quer informações sobre os nomes e contatos das lideranças
indígenas com quem no último dia 6 teria sido combinada a realização da
ação policial.
A operação Eldorado foi deflagrada com o objetivo de
desarticular organização criminosa dedicada à extração ilegal de ouro em
terras indígenas. Segundo nota à imprensa divulgada pela PF, houve
acordo com os índios para a realização da operação na área dos
Munduruku.
Os procuradores da República também determinaram o envio de ofício ao
Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Cuiabá para solicitar
cópias dos boletins médicos dos dois indígenas hospitalizados na capital
mato-grossense.
O MPF vai realizar oitiva dos agentes públicos que participaram da organização logística da operação e dos que executaram a atividade.
O MPF vai realizar oitiva dos agentes públicos que participaram da organização logística da operação e dos que executaram a atividade.
A PF teria chegado à aldeia fazendo voos
rasantes de helicóptero e disparando projéteis de borracha, o que teria
assustado os indígenas - entre eles idosos, crianças e mulheres – e
provocado a reação dos guerreiros com arcos e flechas.
“Na sequência, a polícia disparou contra os indígenas, resultando em
diversos feridos e na execução de uma liderança indígena. Adenilson
Munduruku foi encontrado pelo seu povo com três tiros, um na cabeça e um
em cada uma das pernas.
Indígenas afirmam que quando o corpo caiu na água, a polícia federal atirou bombas contra ele na tentativa de destruí-lo”, diz a representação apresentada ao MPF no último dia 14.
Indígenas afirmam que quando o corpo caiu na água, a polícia federal atirou bombas contra ele na tentativa de destruí-lo”, diz a representação apresentada ao MPF no último dia 14.
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