segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Juiz quer que acusação de Mário Couto seja apurada

Juiz quer que acusação de Mário Couto seja apurada (Foto: )

Responsável pelo processo que apura fraudes milionárias na Assembleia Legislativa do Pará (AL), o juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, Elder Lisboa, vai disponibilizar hoje à Corregedoria e à Presidência do Tribunal de Justiça do Pará a quebra dos seus sigilos bancário e telefônico.

Lisboa informou que vai entregar uma lista com todas as linhas usadas por ele e por assessores para que possa ser verificado se houve algum contato de um advogado identificado, até agora, como Paulo Hermógenes, acusado pelo senador Mário Couto (PSDB) de ter tentado extorqui-lo usando o nome do juiz. 

Elder Lisboa informou também que vai enviar ofício ao Ministério Público do Estado solicitando que o advogado seja encontrado e chamado a prestar depoimento. Também hoje, Lisboa deve comunicar o caso à Polícia Federal. Vai pedir uma varredura em seus telefones e tomará medidas para reforçar sua segurança. 

Mário Couto é réu em três ações de improbidade que apuram o desvio de quase meio milhão de reais da AL. Parte das fraudes investigadas teria ocorrido no período em que o hoje senador presidia a casa. No último, domingo, Couto divulgou gravação de uma conversa entre ele e o advogado Paulo Hermógenes. 

No diálogo - gravado por Couto - os dois tratam do pagamento de R$ 400 mil que seriam repassados ao juiz para que o senador e a filha - a deputada Cilene Couto - fossem excluídos do processo.

Na gravação, o advogado informa ter relação de amizade com Elder Lisboa. Diz que a aproximação ocorreu por meio da mulher dele que é corretora de imóveis e que teria prestado serviço da venda de uma casa ao juiz. Também garante que o valor de R$ 400 mil teria sido definido pelo próprio magistrado que não aceitava baixar a propina para R$ 300 mil, como chegou a propor Mário Couto na gravação. 

Ontem, ao DIÁRIO, Elder Lisboa disse que não conhece nenhum advogado com o nome de Paulo Hermógenes e garantiu que jamais autorizou qualquer contato com o senador. “Nunca dei sequer bom dia (a Couto). O vi uma vez em voo vindo de Brasília e o conheço pelos jornais, mas nunca nos cumprimentamos e não conheço esse advogado”, afirmou o juiz, garantindo que vai pedir a apuração do caso. “Tenho uma biografia a zelar. São 20 anos de magistratura. Tenho a consciência de que agi de maneira correta. Quero e vou provar minha inocência”, disse. 

Com base na gravação com o advogado, o senador informou que pretende pedir, ainda hoje, ao Tribunal de Justiça do Pará, a suspeição de Elder Lisboa. Se aceito, o pedido terá o efeito prático de afastar Lisboa do caso com a nomeação de outro juiz para comandar o processo. Além disso, até que a ação do senador seja julgada, o processo ficará suspenso. Elder Lisboa não quis comentar o possível pedido de suspeição. 

Foto e Fonte: (Diário do Pará). Postador:  Manancial de Carajás

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