Em Marabá, Polícia cumpre 10 mandados de apreensão e prende dois na operação “Mar de Lama”
Por Ulisses Pompeu – de Marabá
Por volta de 6 horas da manhã desta terça-feira, dia
23, as Polícias Civil e Militar, mais cinco promotores de Justiça
deflagraram a operação “Mar de Lama”, que visa combater um suposto
desvio de dinheiro da Prefeitura de Marabá através de pagamento
irregular e milionário de piçarra.
Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz
Marcelo Andrey, titular da 5ª Vara Penal da Comarca de Marabá, contra o
ex-secretário municipal de Obras, Lucídio Collinetti, e o proprietário
da empresa fornecedora de piçarra para a Prefeitura, M.M.Fronczak-ME,
Mário Marcelo Fronczak Rocha.
O juiz determinou que a Polícia cumprisse mandados de
arresto e apreensão de bens de dez pessoas. Além de Lucídio e de
Marcelo Fronczak, de Adriane de Jesus Melo (atual secretária de Obras),
Antônio Carlos de Souza Gomes Júnior, Rênio Carvalho Dias, Aristeu
Ferreira Gomes (fiscal da Secretaria de Obras), Weriton Aranha
Figueiredo (engenheiro da Secretaria de Obras), Diamond Santos Dantas,
Luiz Carlos Augusto dos Santos (procurador jurídico da Prefeitura de
Marabá) e Pedro José de Souza Freitas (ex-secretário de Finanças).
Da residência de Lucídio, a polícia levou uma
camionete Hillux e uma TV de 42 polegadas; Da chácara onde reside
Marcelo Fronczak foram apreendidas uma espingarda calibre 12, uma
pistola 7.65 e muita munição.
Foram arrestados tratores, camionetes,
caminhões e a própria chácara está agora em poder da Justiça. Durante a
ação da Polícia e do MP, um filho de Marcelo Fronczak escondeu dinheiro
na cueca. Foram encontrados R$ 12.800,00 em seu poder no momento da
abordagem policial, cujo montante foi apreendido.
Segundo o Ministério Público, os acusados
participaram de um esquema fraudulento que elaborou um processo
licitatório irregular, cuja finalidade era desviar dinheiro público do
município de Marabá, sob o pretexto de fornecimento de material de base
para aterro e terraplanagem. O valor desviado até o momento
ultrapassaria a casa de R$ 20 milhões.
Segundo a denúncia, o acusado Lucídio Collinetti
Filho, enquanto secretário de Obras, teria solicitado dispensa de
licitação para a compra de material de base (solo laterítico) e material
de solo (piçarra), indicando a empresa MM Fronczak.
O processo, de acordo com o MPE, estava recheado de
irregularidades, como ilegalidade de dispensa de licitação, que não
poderia ocorrer, pois há outras empresas no município habilitadas ao
fornecimento do material; inexistência de dotação orçamentária para a
contratação; inexistência da informação do valor total a ser contratado;
informação prévia do valor a ser pago pela compra do material já no
convite à empresa MM Fronczak; entre outras irregularidades.
No mandado de arresto, o juiz determinou a apreensão
de um avião (ainda não encontrado), lanchas, pedras preciosas, uma ilha
no Rio Tocantins que pertenceria a Lucídio Collinetti, entre outros
bens.
À época da primeira operação da Polícia Civil e MP,
deflagrada em abril deste ano, Marcelo Fronz negou que estivesse
participando de algum esquema e garantiu que forneceu todo o material
descrito nas notas fiscais e que e não tinha recebido todos os
pagamentos apontados no site da Prefeitura.
Comentou ainda que se houve algum desvio de material
não lhe diz respeito, pois tem como provar que forneceu todas as
quantidades de piçarra descritas nos mapas de saídas.
Lucídio Collinetti não quis falar com a Imprensa após
sua prisão. Ele e Marcelo foram conduzidos inicialmente para uma sala
separada da carceragem da 21ª Seccional de Polícia Civil, mas de lá deve
seguir para o CRRAMA (Centro de Recuperação Regional Mariano Antunes),
onde devem permanecer à disposição da Justiça.
O prefeito de Marabá, Maurino Magalhães de Lima, ainda não se manifestou sobre as prisões e apreensões.
Foto e Fonte: blog do ze dudu. Postador: Manancial de Carajás
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