Justiça condena dois fazendeiros no Pará por submeterem trabalhadores à escravidão
Proprietário
rural de Goianésia do Pará terá que cumprir quatro anos e oito meses de
reclusão. Fazendeiro de Medicilândia foi condenado a multa e prestação
de serviços comunitários
A
Justiça Federal no Pará publicou decisões em que condena dois
fazendeiros por terem submetido trabalhadores a condições semelhantes às
de escravos. Foram condenados João Caldas de Oliveira, proprietário da
fazenda União, de Goianésia do Pará, e Válber Falquetto, dono da fazenda
Tucandeira, de Medicilândia.
Oliveira
foi condenado a quatro anos e oito meses de reclusão e multa. Ele foi
denunciado pelo Ministério Público Federal a partir de informações
levantadas pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE). Em outubro de 2008, o MTE encontrou dez trabalhadores em
condições análogas às de escravo.
“Do
relatório de fiscalização realizada na fazenda União, depreende-se as
mais variadas condições degradantes de trabalho a que estavam expostos
os trabalhadores, tais como a existência de alojamentos precários,
instalações sanitárias em péssimo estado de conservação, não
fornecimento de água potável, não fornecimento de equipamentos de
proteção individual, entre outras”, registrou o MPF na denúncia à
Justiça.
Na
fazenda Tucandeira, de Falquetto, o flagrante foi em 2006. O grupo
móvel de fiscalização encontrou 13 trabalhadores em situação degradante.
Além da completa falta de infraestrutura, havia submissão a jornada
exaustiva, restrição da locomoção em
razão de dívida contraída com o empregador, cerceamento do transporte
do trabalhador, vigilância ostensiva e apoderamento de documentos ou
objetos pessoais dos empregados.
“Constatou-se
que a todo custo o réu intentava manter em permanente trabalho nas
fazendas os trabalhadores contratados, utilizando-se, para tanto, de
expedientes nefastos tais como manifesto de grave ameaça e implementação
do sistema de servidão por dívidas”, denunciou o MPF.
Falquetto
foi condenado a pagamento de dois salários mínimos por mês para a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Altamira e à
prestação de serviços comunitários à
Secretaria de Educação do município de Uruará durante dois anos.
Fonte: Ministério Público Federal no Pará / Abraço Regional/Antonio Marques dos SantosPostador: manancial de carajás
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