Janeiro terá dias com até 12h de chuva
População paraense deve se preparar para um período de muita chuva
Muita água ainda vai rolar nas próximas semanas de janeiro. É o que afirma José Raimundo Abreu, coordenador do 2º Distrito de Meteorologia do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Pará. Segundo ele, a nebulosidade matinal ficará ainda mais frequente em todo o Estado.
“Ainda estamos com nuvens rasas, que ocasionam precipitações fracas e de curta duração. Até o final do mês, contudo, elas devem se prolongar e alcançar até 12h consecutivas”, informa.
A previsão do instituto é de que o índice pluviométrico no Pará em janeiro ultrapasse 400 milímetros. Quase 20% acima da média para ao período. Com isso, a temperatura deve permanecer amena. “Haverá menos horas de sol e consequentemente os termômetros ficarão entre 28º e 32ºC”, afirma. E se ontem a manhã foi de chuva na Região Metropolitana, hoje a região atingida será o oeste do Estado. “As nuvens que estavam sobre Belém vão de dirigir para o oeste, ganhando ainda mais força. É possível que em áreas isoladas chova mais de 100 milímetros em dois dias (hoje e quarta-feira)”, conclui.
ROTINA ALTERADA: Diferente da maioria dos dias, quando o sol a coloca de pé às 6h30 da manhã, ontem Iraci dos Santos precisou de outros recursos para conseguir acordar. O céu escuro, clima ameno e a água que caía discretamente pela janela do quarto indicavam que as próximas horas confirmariam que o período de chuva já se instalou em Belém.
“Só saí porque tinha compromisso mesmo, porque a vontade era de ter continuado na cama”, admite a aposentada. Ao seu lado, dezenas de outras pessoas aparentavam a mesma situação. No centro comercial, onde usualmente os pedestres tomam parte da calçada disputando os ônibus, o espaço mais requisitado era a proteção coberta das lojas. “Eu fico aqui até enxergar o meu ônibus e aí saio correndo”, conta Iraci.
E a sombrinha nas mãos? “Só uso se a chuva estiver forte, porque recolher o guarda-chuva molhado também é muito ruim. Fica pingando no nosso pé e demora a secar”, diz.
Já o passeador de cães Thomas Costa não podia se dar ao luxo de escolher quando usar o acessório. Com as duas mãos ocupadas, levando dois animais, ele enfrentava o vento frio da manhã. “Eles têm que passear seis vezes na semana, faça chuva ou faça sol”, explica.
Já acostumado à rotina, ele conta que os cachorros não se incomodam com o clima e, para ele, o único trabalho a mais é ter de secá-los quando a voltinha acaba. “É preciso enxugar o pelo, um de cada vez, com a sua própria toalha. Parece uma função simples, mas dá trabalho conhecer o cão, ajustar seu comportamento. A Princesa (cadela com a qual ele passeia), por exemplo, não quis sair de casa nesse clima”, conta.
Venda de sombrinhas cresce nas esquinas: As sombrinhas ganham a cidade. Incômodas, frágeis, espaçosas, elas estão em toda parte, nos sinais, nas esquinas. Há de todos os tipos e tamanhos, pequenas, grandes, coloridas, transparentes, infantis e até automáticas, basta escolher. E com o grande número de vendedores aglomerados na Avenida Presidente Vargas, ontem era possível encontrar preços de até R$ 5.
“Não dá um saldo muito bom, mas a gente tem que fazer promoção, senão volta com tudo pra casa. Vou tentar lucrar pela quantidade”, explicou Janilton Bastos, que há 8 anos vende sombrinhas numa barraca na Avenida Manoel Barata.
Já no bairro de Nazaré, quem decidiu enfrentar a chuva conseguiu faturar uma quantia maior. Era o caso de Fernando Warcesten, uruguaio que há doze anos vive em Belém. Vendedor, ele escolhe os produtos de acordo com a demanda e todos os anos, de janeiro a abril, já se programa para disponibilizar sombrinhas variadas, que custam de R$ 7 a R$ 10.
Com a concorrência cada vez maior, ele tenta explorar outras estratégias, como identificar o cliente e a melhor situação. “O ideal é estar no lugar certo, na hora certa, porque quando começa a chover, todo mundo olha pros lados procurando uma sombrinha. Além disso, já sei que as mulheres compram muito mais do que os homens, então fico atento”, diz.
EM NÚMEROS: 400 milímetros de chuva é a média de precipitação que deve ser ultrapassada em janeiro, 20% maior que a média do período. 28º é a média de temperatura em que devem ficar os termômetros, com clima ameno e até “friozinho” nos dias chuvosos.
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