terça-feira, 16 de agosto de 2011

16 de agosto[ de 2011

Preço de alimentos coloca mundo em zona de perigo

Presidente do Banco Mundial disse que altos preços e baixos níveis fazem do mundo uma “zona de perigo”

Falta de alimento na África

Os altos preços dos alimentos e os baixos níveis de estoques fazem com que o mundo continue em uma “zona de perigo”, disse ontem (15) o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Segundo o relatório trimestral Food Price Watch, divulgado pelo Banco Mundial nesta segunda-feira, em julho (último dado disponível) os preços mundiais dos alimentos estavam 33% mais altos do que um ano antes e próximos do recorde registrado em 2008.

O documento cita ainda os níveis “alarmantes” dos estoques mundiais de alimentos. “Com esses baixos níveis de estoques, mesmo pequenas quedas na produção podem ter efeitos amplificados sobre os preços”, diz o texto.
Depois de um pico em fevereiro, alguns produtos chegaram a registrar baixa de preços, mas a volatilidade é motivo de preocupação.

De acordo com o Banco Mundial, a “esperada volatilidade” nos preços de produtos como açúcar, arroz e petróleo pode ter “efeitos inesperados” nos preços dos alimentos nos próximos meses. “A vigilância é vital, devido às incertezas e a volatilidade existentes”, disse Zoellick.

A volatilidade pode ser observada na evolução de produtos como o milho, cujo preço caiu em junho e voltou a subir em julho, registrando aumento global de mais de 80% no período de um ano.

O comportamento também varia de acordo com a região. Enquanto os preços do milho aumentaram mais de 100% em um ano em Uganda, no Haiti, no mesmo período, houve queda de 19%.

Entre os diversos fatores que contribuem para a alta dos alimentos está o aumento dos custos de produção, causado em parte pelos altos preços do petróleo, atualmente 45% maiores do que os registrados um ano atrás.
A alta tem impacto sobre a cadeia produtiva. De julho de 2010 a julho de 2011, o preço dos fertilizantes subiu 67%.

Segundo o Banco Mundial, as incertezas sobre a economia global e a instabilidade política em diversos países do Oriente Médio e do Norte da África devem manter os preços do petróleo voláteis no curto prazo.

Dessa combinação de altos preços dos alimentos, baixos estoques e grande volatilidade é uma situação de risco para as populações mais pobres do mundo em desenvolvimento, onde o exemplo mais recente é o da crise que já afeta mais de 12 milhões de pessoas no Chifre da África.

Fonte: Agência Brasil

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