Entrevista com novo superintendente do INCRA em Marabá-Pará
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, INCRA, Superintendência Regional do Sul e Sudeste Paraense, que tem sua sede localizada na cidade de Marabá-Sudeste do Estado. Sempre teve suas dificuldades de relacionamento com movimentos sociais que, lutam pela Reforma Agrária imediatas.
São muitas as reivindicações postas por colonos e militantes de movimentos que, ainda não possuem lotes. Porém, é do conhecimento Político e Jurídico que, dentro da militância existem alguns membros com interesses partidários e financeiros.
Questões extremamente delicadas que, somente um Superintendente, com articulação unilateral, pode estabelecer diálogo entre, governo e movimentos sociais. Neste sentido, o Ministério da Reforma Agrária, tendo conhecimento que, a região Norte do Brasil, é foco de inúmeros conflitos entre pecuaristas, “Grileiros”, (Supostos Proprietários de Terras da União), latifundiários e movimentos opostos que, já ocorreram casos de assassinatos e massacres.
Sendo assim, nomeou o Engenheiro Agrônomo, Edson Luis Bonetti, para o cargo. Ficando incumbido de estabelecer pacíficas negociações. Edson Luis é filho de assentado e formou-se através de projetos sociais do próprio Órgão (INCRA). “Meu Pai é assentado em Santa Catarina, deste de 1987, através de um projeto do INCRA, com filhos de assentados, tornei-me Engenheiro Agrônoma. Depois vim para o Estado do Pará para trabalhar no projeto de grande impacto, o PROFESRA2, era a construção das Agroindústrias, na época não tinha condições de efetivação, hoje se transformou no grande elefante branco”.
A relação do atual Superintendente com o MST, Movimento dos Sem Terras, foi com a participação profissional. “Trabalhei na extensão dos assentamentos, como agrônomo, eu era um profissional do movimento e não um militante ativo. O próprio Presidente do INCRA, também já trabalhou nos assentamentos do MST”.
Em relação às constantes manifestações dos movimentos que, ocupam as proximidades e arredores do Órgão, em Marabá, Edson esclarece que, manifestações pacíficas são totalmente democráticas. “Na verdade são movimentos necessários, por que, a Região Norte, geralmente é Politicamente esquecida neste sentido, são muitos os assentamentos, com projetos mórbidos, meu papel é ver os dois lados da moeda, e estabelecer diálogo entre ambas às partes”.
Sendo filho de assentado, ex-profissional do MST e atual Superintendente do INCRA, Edson, sabe diferenciar os circuitos há percorrer. “tenho uma relação de respeito e diálogo com todos os movimentos sociais desta área, porém, não dá para confundir. Tem certas soluções que, dependem exclusivamente do Governo Federal, Prefeitos e Deputados Estaduais e Federais”.
Lembrando que, há humildade faz parte de sua virtude, diz que, sempre estará com as portas abertas, para tratar dos diversos assuntos necessários. “Tenho como exemplo o ex-presidente Lula que, se tornou Presidente do Brasil e continuou com a mesma humildade.
Pretendo continuar sendo filho de assestado, mais com a responsabilidade de Superintendente do INCRA”. Esclarece!
Em visão do aspecto geral, na Superintendência, Edson esclarece que, a demanda é muito grande, e existe ainda uma precariedade de recursos humanos e na área logística. “Nossa capacidade operacional em estrutura e pessoal de campo, é pequena para prestar um serviço com maior qualidade.
Hoje são 70 mil assentados, para 200 servidores, como o próprio Presidente do INCRA fala que, O INCRA é do tamanho de um caminhão, e, estamos andando de bicicleta, mesmo assim, o que fazemos, com o que temos, é muita coisa”. Finaliza o superintendente.
Esta entrevista foi dada ao Jornal Folha do Pará da cidade de Marabá-PA, divulgada em 17 de julho deste ano
Reportagem: Antonio Freitas//Fotos Raquel Miranda
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