10 de julho, 2011
ENTREVISTA »
Em entrevista, José Sarney diz que sem Lula, o PT se fragmenta
Personagem da política brasileira desde o último governo de Getúlio Vargas, o presidente do Senado, José Sarney, aos 81 anos, editou mais um decreto: “A democracia representativa está em xeque. Os partidos estão enfraquecidos e não representam mais o povo”, disse, vislumbrando uma nova ordem em que o cidadão comum, a partir do próprio computador, fará as escolhas que hoje deixa a cargo de representantes no Parlamento. “Quem não perceber isso ficará preso no tempo.”
Sarney recebeu a reportagem do Correio em duas ocasiões. O primeiro encontro ocorreu na manhã da sexta-feira da semana passada, no gabinete do 6º andar do anexo I do Senado; o segundo, no início da noite da última terça-feira, na sala da Presidência da Casa. Sarney vaticinou a desestrutura do PT sem Lula, elogiou Dilma Rousseff, disse ser vítima de injustiças de adversários na política nacional e maranhense, e fotografou, com lente própria, a passagem pelo Planalto.
Na primeira conversa, falou sobre a demissão de Antonio Palocci. Ao fim da entrevista, o senador apontou para a mesa onde estão os santos de devoção. Ali, repousava uma medalha de irmã Dulce. “Depois que transmiti a faixa presidencial, preparei-me para descer a rampa e ser vaiado por partidários de Collor e de Lula. Na saída, toquei na medalha de irmã Dulce que carregava no bolso, peguei um lenço branco que estava junto e acenei para o povo. Fui aplaudido.
Para mim, aquele foi o primeiro milagre”, lembrou, rindo. No segundo encontro com a reportagem, um dia antes da queda de Alfredo Nascimento no Ministério dos Transportes, Sarney disse que, se o agora ex-integrante do primeiro escalão de Dilma conseguisse se explicar, poderia permanecer no governo. Não conseguiu. Fonte/O Imparcial - edição do dia 8
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